MST distribui mais de 30 mil marmitas em Curitiba e região metropolitana
Por Guilherme Araki
Da Página do MST
Em meio às dificuldades trazidas à população pela pandemia, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Curitiba, organiza semanalmente o preparo e entrega de marmitas em comunidades periféricas e para pessoas em situação de rua.
A ação, batizada de Marmitas da Terra, conta com cerca de 120 pessoas voluntárias que também participam do plantio e colheita dos alimentos em áreas da reforma agrária e da agricultura familiar.
Nesta quarta-feira (02), os voluntários prepararam e distribuíram mil marmitas em praças do centro da capital, na Vila Guaporé (na Cidade Industrial – CIC), no Parolin e no Tatuquara, além da Ocupação Nova Esperança, em Campo Magro. Segundo o MST, desde maio, foram entregues 32.910 refeições.
“É horrível pedir comida na rua, só quem vive isso sabe”, afirma Seu Rosa, desempregado e em situação de rua, “se depender do governo a gente morre de fome”, completa.
Lavina, aposentada que pegou sua marmita na entrega do centro, também ressalta a importância da ação: “minha família precisa disso. Com a pandemia, agora muitos precisam também de emprego para pagar água e luz. A solidariedade nesse momento é muito importante”.
Os voluntários do grupo realizam mutirão todo sábado para a manutenção da lavouras coletivas no assentamento Contestado, na Lapa (PR). Desde maio foram criados 17 centros de produção e hortas comunitárias agroecológicas em todo o estado. Além das marmitas, também são distribuídas máscaras, frutas e água.
“Aumentou muito o número de pessoas que necessitam desse atendimento. O desemprego que já estava alto antes, durante a pandemia aumentou, e com a alta dos preços é praticamente inacessível para quem está em uma situação de vulnerabilidade”, conta Vanessa Dotto, professora da rede estadual e voluntária nas Marmitas da Terra.
“Quem tem fome tem pressa”, afirma a coordenadora da ação e integrante do movimento, Adriane Oliveira, “neste momento de ausência total de políticas públicas para ajudar os mais vulneráveis, ações de solidariedade entre a classe trabalhadora são fundamentais.”
Para além disso, a coordenadora ressalta o fortalecimento do projeto construído no campo, de comida diversificada, saudável e de qualidade.
Para cobrir os custos da ação, o MST mantém uma campanha de financiamento coletivo, através de doações diretas ou pela compra de aventais. Mais informações podem ser encontradas no Instagram Marmitas da Terra.
*Editado por Ludmilla Balduino