Educação do Campo é debatida na Universidade Federal do Maranhão
Por Zé Luís Costa
Da Página do MST
Na última quinta e sexta-feira (10 e 11), realizou-se a terceira Jornada Pedagógica de Estágio em Educação do Campo. O evento foi realizado em parceria entre os cursos de licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com a Rede Maranhense de Agroecologia (Rama) e os movimentos sociais que defendem a Educação do Campo.
O professor Paulo Roberto, um dos coordenadores do evento, explica que a construção do curso em Educação do Campo foi criado a partir da mobilização dos movimentos sociais e reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) a partir de 2007, inicialmente como um programa experimental. Porém, a partir de 2011 e 2012 se inicia o processo de institucionalização que torna o curso regular nas universidades.
Na UFMA o curso teve início em 2009 com as duas primeiras turmas como programa experimental, chamado de Procampo. Funcionando na cidade de Bacabal, até o momento a universidade possui duas turmas formadas em Licenciatura em Educação do Campo. Roberto acrescenta que “o curso continuou como um programa experimental, o Procampo, em 2015 e se institucionalizou na UFMA. Atualmente nós estamos com as duas primeiras turmas em fase de conclusão”, encerra.
O evento ocorreu online em dois momentos, sendo transmitido pelo YouTube. Para quem tiver interesse é possível acessar aqui.
Na primeira manhã as debatedoras foram as integrantes do MST, Maria Raimunda, dirigente estadual no Pará e Mikaellen Santos, militante do MST no Maranhão. Maria Raimunda apresentou o histórico de luta por uma educação do campo realizado pelos movimentos populares do campo para chegar às conquistas atuais, como os cursos em Educação do Campo, voltado para os trabalhadores e trabalhadoras dos assentamentos, quilombolas e indígenas e seus filhos. Ao contrário do que o sistema educacional proporcionou em tempos passados, em que “era uma educação apenas rural”, pontua a dirigente do MST.
Maria Raimunda reforça ainda que na construção da Lei de Diretrizes de Base (LDB) da educação, trazendo inclusive as conquistas atuais para Educação do Campo. O marco dessa luta foi I Enera (Encontro Nacional de Educadoras e Educadores na Reforma Agrária), em julho de 1997 e reforçado no II Enera, em 2015.
Como o assunto “educação do campo” não está dissociado da questão da agricultura, a Rama também fez parte do evento compartilhando reflexões sobre a importância da Agroecologia. Esse tipo modelo produtivo se insere no debate em que estudantes e professores dessa modalidade de educação precisam reforçar as bases da produção agroecológica, por conta dos embates ideológicos.
A segunda amanhã de evento, realizada na sexta-feira (11) abordou questões técnicas, sobretudo, no que se refere aos estágios, com opiniões, principalmente de estudantes e professores ligados à Educação do Campo na UFMA e pelos atores diretamente envolvidos, os filhos, bem como os próprios assentados, quilombolas e indígenas.
O segundo debate em torno da agroecologia, contou com a participação de Aldina da Silva Melo, supervisora docente da UFMA, Rosália de Alencar Silva, da Associação Comunitária de Educação em Saúde e Agricultura (Acesa), Gerlane Santos da Conceição LEdoC/UFMA, estagiária e a mediação de Aline Ângelo, da UFMA.
Confira os debates na íntegra nos links abaixo:
1ª Live – II Jornada Pedagógica de Estágio em Educação do Campo
2ª Live – II Jornada Pedagógica de Estágio em Educação do Campo
*Editado por Solange Engelmann