ALERTA: Governo Zema tenta destruir mais uma escola do MST
Da Página do MST
No dia 03 do dezembro de 2020, o MST foi comunicado pela E. E. Sandoval Soares de Azevedo, Escola vinculada à Fundação Helena Antipoff – FHA , responsável pela Escola Elizabeth Teixeira, que parte das turmas da Escola passariam a ser de responsabilidade do município a partir de 2021, e a Sandoval deixaria de ser a mantenedora da Escola Itinerante do MST.
A Secretaria de Educação do município de São Joaquim de Bicas afirma que não se dispõe a atender as crianças no acampamento e que disponibilizará o transporte para levar as crianças para a cidade. Com isso, o Estado, sob governo de Zema, o Covarde, ameaça mais uma vez as crianças sem terra com a possibilidade de fechamento de mais uma Escola.
A comunidade não aceitou essa decisão e o MST iniciou o diálogo com Município de São Joaquim de Bicas, a FHA, a Secretaria Regional de Educação da Metropolitana B, a Secretária Estadual de Educação através da Coordenação da Educação do Campo e a Comissão de Educação da Assembleia. Informamos a estes órgãos o ocorrido e a posição da comunidade de não abrir mão da Escola. Em reunião com a Superintendência Regional de Educação Metropolitana B, no dia 15 de janeiro, abriu-se a possibilidade de vinculação da Escola do Acampamento à outra Escola Estadual do município, a Escola Estadual Geralda Eugênio da Silva. Os anos iniciais do Ensino Fundamental ainda estão pendentes uma vez São Joaquim de Bicas não se dispôs a oferecer as turmas dentro do Acampamento e a Escola Estadual não oferta os anos iniciais
A Escola Elizabeth Teixeira está localizada no acampamento Pátria Livre, município de São Joaquim de Bicas, na regional metropolitana Milton Freitas do MST-MG, e é um anexo da Escola Estadual Sandoval Soares de Azevedo, vinculada à Fundação Helena Antipoff, em Ibirité. Inaugurada em maio de 2018, a Escola é fruto da resistência coletiva do MST e tem turmas de Educação de Jovens e Adultos – EJA, Ensino Fundamental, Ensino Médio, já foi sede de duas turmas de alfabetização durante a Jornada Mineira de Alfabetização “Sim, eu posso” – Círculos de Cultura, em 2018. Nesse território, as famílias resistem à mineração predatória e constroem agroecologia e vida digna, enfrentando o crime da Vale em Brumadinho.
Essa é mais uma tentativa de nos silenciar e negar o direito à educação do campo. Nos colocamos em resistência a mais esse ataque à vida e dignidade das pessoas, retirando o direito à educação do campo. Esse ataque não é isolado e vem na mesma toada de retirada de direitos que foi capaz de destruir a Escola Popular Eduardo Galeano, a Escola do MST no Acampamento Quilombo Campo Grande no sul de Minas, em um despejo arbitrário e violento em meio à pandemia de Covid-19 em agosto de 2020.
Nossas famílias seguem firmes para lutar pela permanência da Escola no território, que também é atingido pelo crime da Vale em Brumadinho. Repudiamos qualquer tentativa de fechamento de Escola ou despejo, principalmente em contexto de pandemia, onde a insegurança para as famílias da classe trabalhadora é enorme. Nós seguiremos educando e produzindo comida saudável no território, doando alimentos e livros, plantando árvores e construindo reforma agrária popular. Nós acreditamos que todas as crianças tem o direito de estudar no local onde vivem, e por isso não recuaremos um passo da decisão de permanecer defendendo a educação pública, universal e gratuita.
*Editado por Fernanda Alcântara