Nota
MST denuncia nova ameaça de despejo contra 120 famílias em Atalaia (AL)
Da Página do MST
De acordo com o MST, a nova gestão da prefeitura comandada por Ceci Rocha (PSC) propagandeou em suas redes sociais um suposto Boletim de Ocorrência em pedido ao despejo das 120 famílias que vivem hoje na área.
“Lamentamos que a nova gestão da prefeitura de Atalaia, que apresenta em seu discurso a perspectiva de mudança, reproduza o que historicamente marca a cidade de Atalaia com suas oligarquias latifundiárias, que em seu permanente discurso de violência, constituiu uma trajetória de perseguição e criminalização dos trabalhadores e trabalhadoras do campo”, destaca trecho do documento.
A área chegou a fazer parte do planejamento dos primeiros 100 dias da nova gestão municipal, como prioridade para o desenvolvimento da agricultura na região.
Confira a nota na íntegra:
Nota à sociedade alagoana
Fomos surpreendidos na última quarta-feira (10) com uma divulgação nas redes sociais da prefeitura de Atalaia (AL), onde sinalizavam a realização de Boletim de Ocorrência contra as famílias acampadas na Fazenda Santa Tereza e Imburí, onde hoje se localiza o Acampamento Marielle Franco, organizado pelo MST.
O acampamento, que é fruto de um acordo extra judicial mediado pelo Governo do Estado para que as mais de 120 famílias acampadas pudessem permanecer na área, resultado da falta de emprego e possibilidade de geração de renda que existe na região, agravado ainda mais com a pandemia do Covid-19.
Lamentamos que a nova gestão da prefeitura de Atalaia, que apresenta em seu discurso a perspectiva de mudança, reproduza o que historicamente marca a cidade de Atalaia com suas oligarquias latifundiárias, que em seu permanente discurso de violência, constituiu uma trajetória de perseguição e criminalização dos trabalhadores e trabalhadoras do campo.
Ainda no final de 2020, a atual gestão da prefeitura de Atalaia anunciou um plano de governo, com planejamento para os primeiros 100 dias de atuação da prefeitura, onde sinalizava um programa de desenvolvimento da agricultura junto às famílias acampadas no território.
Agora a prática é outra: despejo e retirada das centenas famílias de camponeses e camponesas da área onde vem produzindo alimentos saudáveis e construindo outra possibilidade de vida no município.
Destacamos ainda o papel da Reforma Agrária para o desenvolvimento do município, construindo novas possibilidades de emprego, geração de renda e qualidade de vida para centenas de famílias que vivem nos assentamentos da região.
Seguiremos firmes, organizados e em luta na defesa da Reforma Agrária Popular como possibilidade de garantia de vida digna para homens e mulheres.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Alagoas, fevereiro de 2021
Lutar, construir Reforma Agrária Popular!