Pandemia
MST lança “Parada Pela Vida” e reafirma o isolamento produtivo
Da Página do MST
Mais de um ano de coronavírus pelo mundo e o Brasil segue sendo o epicentro global da pandemia, com quase 370 mil vidas oficialmente perdidas devido à Covid-19. Mortes que poderiam ter sido evitadas com medidas adotadas pelo governo federal como o isolamento social, o uso de máscara, investimentos públicos no Sistema Único de Saúde (SUS) para conter a pandemia e pagamento do auxílio emergencial de 600 reais para manter o isolamento social, entre outros.
Na contramão da maioria dos chefes de nações, o governo Bolsonaro tem adotado uma política de omissão e genocídio da população, se recusando a adotar medidas nacionais. Em defesa da vida de todo o povo brasileiro, o MST realiza uma grande “Parada Pela Vida” entre os dias 17 e 30 de abril, nos espaços e territórios organizados pelo Movimento.
A Parada Pela Vida se insere num momento importante da história do MST, ao ser lançada no meio da Jornada Nacional de Lutas de abril, que este ano é marcada pelos 25 anos do Massacre de Eldorado do Carajás.
O cuidado é uma conduta individual, mas deve estar inserida num compromisso coletivo do Movimento para salvar a vida dos companheiros e companheiras, e ao mesmo tempo, evitando que adoeçam e tenham que enfrentar as sequelas que tem sido cada vez mais frequente. Por isso, o MST criou um protocolo para todas e todos possam seguir fielmente neste período de luto e luta.
O protocolo ressalta a necessidade da disciplina consciente independente da tarefa desempenhada no Movimento.
O objetivo geral da Parada é evitar aglomerações, suspendendo qualquer evento como festas, baladas, passeios em rios e cachoeiras, jogos de futebol ou outros esportes coletivos. Entre as medidas estão o uso de máscara, distanciamento social e higienização constante das mãos.
Confira abaixo o “Protocolo do Povo Sem Terra em tempos de pandemia” e as “Dez medidas necessárias para o enfrentamento do povo à Covid-19“; Baixe, divulgue e siga as instruções para salvar vidas!
- Realizar de 17 a 30 de abril uma grande PARADA PELA VIDA. Com a continuidade da proliferação do vírus e o ritmo lento da vacinação, o isolamento social é a única forma de salvar vidas;
- Pressionar os prefeitos e governadores para decretar uma PARADA TOTAL de pelo menos 21 dias, com auxílio emergencial complementar para os trabalhadores e pessoas necessitadas;
- O isolamento social para o povo Sem Terra deve ser ISOLAMENTO PRODUTIVO, para Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis. Devemos PLANTAR A SOLIDARIEDADE e enfrentar a pandemia da fome – 19 milhões de brasileiros e brasileiras estão passando fome, 116,8 milhões vivem em situação de insegurança alimentar e, destes, 43,4 milhões não tem alimentos em quantidade suficiente;
- Praticar a PEDAGOGIA DO EXEMPLO: a militância deve ser a principal referência na defesa da vida e nosso comportamento deve ter como base a ética revolucionária;
- Aplicar e difundir os CUIDADOS EM SAÚDE, garantindo o uso correto de máscaras, observando bem a qualidade e o ajuste ao rosto, manter o distanciamento social e sermos rigorosos na higiene, lavando as mãos com água e sabão ou usando álcool em gel 70%. Fazer uso de nosso conhecimento em terapias de cuidados, homeopatia e fitoterapia, alertando que nada substitui a vacina e o atendimento médico quando necessário. A demora na busca por ajuda pode ser fatal;
- Garantir um PROTOCOLO DE CUIDADOS com controle coletivo para todo nosso Movimento, principalmente para os companheiros e companheiras que precisam estar na linha de frente das ações de solidariedade, ações simbólicas, comercialização, agroindústrias, escolas e etc.;
- Assegurar PRÁTICAS SAUDÁVEIS DE VIDA, com comida saudável, exercícios físicos e busca de equilíbrio emocional e mental. Cuidar da nossa imunidade e da nossa humanidade;
- Desenvolver um PLANO DE COMUNICAÇÃO DIRETA COM NOSSA BASE nos estados, nas brigadas, regionais e em cada acampamento e assentamento. Os dirigentes locais são referências às nossas famílias e por isso devem produzir e compartilhar materiais diversos e de forma permanente;
- Criar COLETIVOS DE CRISE NOS ESTADOS, para tomar as medidas necessárias para salvar vidas e evitar adoecimentos. Fazer barreiras de conscientização nas nossas áreas, dialogar com pastores, padres, freiras, donos de estabelecimentos comerciais e etc. Monitorar casos de adoecimento, óbitos e manter informação atualizada de cada localidade;
- Organizar PLANOS ESTADUAIS para organizar a vida do Movimento até setembro, garantindo nossa organicidade, zelo pelas linhas políticas e princípios organizativos do MST.