Mostra de Cinema

Filme de Belo Horizonte é um dos ganhadores da 5ª edição do CineBaru

“Sonhos no chão, sementes da educação”, do diretor Lucas Bois, ganhou o prêmio de Júri Técnico. Pela primeira vez, CineBaru contemplou dois filmes com este prêmio
Cena do filme “Sonhos no chão, sementes da educação”, gravada no acampamento quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (MG) Foto: Divulgacao CineBaru

Da Comunicação CineBaru

Pela primeira vez em cinco anos, dois filmes saíram vencedores do CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema. Os filmes são “Sonhos no chão, sementes da educação”, do diretor Lucas Bois (MG), e “Reduto”, do diretor Michel Santos (BA). O anúncio foi feito na sessão de encerramento da Mostra, neste domingo.

“Sonhos no chão, sementes da educação” conta a história da reintegração de posse que ocorreu no acampamento quilombo Campo Grande, no município de Campo do Meio (MG), em agosto do ano passado, em que 14 famílias foram despejadas e a Escola Popular Eduardo Galeano foi destruída. O curta documentário traz depoimentos sobre os sonhos e as lutas travadas pelos moradores, educandos e representantes do MST, na criação da escola e na sustentação de uma educação popular. “Nem sei o que dizer, estou muito feliz. Eu vi de perto a importância da escola na vida de tanta gente e no MST e o filme busca mostrar isso, que a derrubada de uma escola em plena pandemia é um absurdo ao quadrado”, disse Lucas durante a premiação.

“Reduto” traz o olhar do diretor sobre duas cidades que fazem parte da sua história: Cachoeira, no Recôncavo Baiano, símbolo de resistência e luta pela abolição da escravatura, e Luís Eduardo Magalhães, no extremo Oeste do estado, capital nacional do agronegócio. O contraponto entre esses dois locais é também o contraponto das narrativas criadas sobre eles. Michel Santos encontra seu “reduto” no cinema, espaço onde ele pode ressignificar o olhar há tanto tempo ‘envenenado’ pelo agro e pelo tóxico. “Estou muito feliz e emocionado. Falar da força que tem um filme para a transformação me toca muito porque o cinema é isso”, disse Michel após ganhar o prêmio.

O CineBaru distribuiu menções honrosas para os filmes “Ângela”, da diretora Marília Nogueira (BA), e “Meia lata d’água ou lagarto camuflado”, do diretor Plínio Gomes (BA). Além disso, o filme “Trindade”, do diretor Rodrigo Meireles, ganhou o Prêmio Aquisição SescTV, fruto de uma parceria que a Mostra mantém com o SescTV há quatro anos. O prêmio consiste no licenciamento da obra para o canal SescTV, o canal cultural do Sesc, por um período de 24 meses e com o valor de R$ 4 mil reais.

Neste ano, a Mostra contou com a inscrição de 135 produções audiovisuais. Foram selecionados 36 curtas-metragens, sendo 27 filmes para a Mostra Competitiva Regional e 9 filmes para a Mostra Sertãozin (infantojuvenil). A curadoria e o júri, ambos compostos por integrantes da equipe e convidadas externas, teve um olhar especial para filmes dirigidos e/ou protagonizados por mulheres, negras, negros, indígenas e LGBTQIA+.

Financiamento – Para custear a produção do CineBaru e fortalecer as ações em prol da democratização do cinema no território baiangoneiro, a mostra segue com a campanha de financiamento coletivo (acesse aqui).

O CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema também tem o apoio financeiro da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e do Governo Federal, via Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc – LAB.