Agroecologia

Escola Popular Rosa Luxemburgo apresenta curso de Construção Agroecológica

Mesa realizada no último sábado abordou canteiro autogestionário: “Assessorias técnicas e movimentos populares: habitação e soberania alimentar"
Arte: Escola Popular Rosa Luxemburgo-MST em SP 

Por Escola Popular Rosa Luxemburgo-MST/SP 
Da Página do MST

No dia 05 de junho, Dia Internacional do Meio Ambiente, aconteceu o terceiro encontro virtual do Curso de Construção Agroecológica – Canteiro Autogestionário, na Escola Popular Rosa Luxemburgo, regional de Iaras, no estado de São Paulo. A atividade de formação está sendo realizada em parceria com a Peabiru e CAU-SP.

A mesa de sábado contou com a contribuição da professora, arquiteta e urbanista Bia Tone, a engenheira florestal e militante do MST, Priscila Monnerat, e do professor, arquiteto e urbanista Caio Santo Amore, que trouxeram o tema “Assessorias técnicas e movimentos populares: habitação e soberania alimentar”. A partir do debate acerca do caráter político da assessoria técnica para movimentos populares, o terceiro encontro visou colocar em pauta a produção de alimentos, de habitação de interesse social, e o cuidado do meio ambiente.

Este espaço de formação política sobre a construção agroecológica reforçou o compromisso do assessor/a técnica no âmbito rural.

O professor Caio destacou a matriz da construção civil e o diálogo de interesse social e saberes da população. Ele usou como exemplo o Programa Minha Casa Minha Vida, pensada para a atuação das grandes construtoras. “Mas se olharmos Athis rural, coloca em questão as outras alternativas e processos de construção com protagonismo dos movimentos sociais. Em outras palavras quando falamos de técnica, falamos de uma posição política, porque ela produz espaço (…), ela vai em diálogo com ou para quem é feita a técnica”.

Ele também recolocou o papel do arquiteto/a, pois não não é ser apolítico. Para ele, o profissional não pode estar de costas à sociedade e à luta do povo. “Portanto, a técnica pode transformar a nossa realidade injusta para muitas e muitos”, completou.

A professora Bia Tone lembrou que crise ecológica que vivenciamos hoje é a crise do capitalismo, uma lógica de produção de espaço que acaba sendo uma autodestruição. “De maneira geral, a construção de casas em grande escala é uma contradição, e nesse contexto os saberes populares ainda estão vago na construção. Isso pode abrir caminhos para agroecologia, que tem a ver com o processo de organicidade das famílias e técnicas para construir casas em diálogo com o meio ambiente”, afirmou.

Engenheira florestal e militante do MST no PR, Priscila Monnerat destacou a prática agroecológica, não como uma mera prática de mudança de tipos de adubos, mas também o estudo de questões gerais relacionada gênero, a educação, gerações. “A comunicação e pedagogia popular são parte do processo de planejar as zonas dos lotes de acordo as energias internas do sistema da natureza (como água, sol, calor, vento) e responsabilidade técnica”, completou.

*Editado por Fernanda Alcântara