Atingidos Por Barragens

Café com MST aponta unidade no projeto popular para reconstrução da bacia do Paraopeba

Junto a entidades da Bacia do Paraopeba, MST se posiciona sobre enfrentamento ao modelo de mineração
Foto: Agatha Azevedo

Por Agatha Azevedo
Da Página do MST

Na manhã desta quinta-feira, dia 12 de agosto, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra se reuniu com parceiros e parceiras no acampamento Pátria Livre, localizado em São Joaquim de Bicas-MG, para reivindicar que o Projeto Popular de Recuperação da Bacia do Paraopeba seja construído pelas famílias Sem Terra atingidas, em uma relação intermediada pelo próprio povo. 
Estiveram presentes na atividade o Ministério Público, a Assembleia Legislativa, a Defensoria Pública, a Arquidiocese de Belo Horizonte, movimentos sindicais, de juventude e populares, assessorias técnicas independentes e a Fundação Getúlio Vargas. 

No campo institucional, André Sperling, do Ministério Público de Minas Gerais, trouxe o papel do Programa de Transferência de Renda e das instituições na reparação aos atingidos. “A possibilidade dos atingidos se posicionarem e reivindicarem suas pautas é fundamental para a construção de políticas públicas efetivas”, diz. 

André Sperling, do Ministério Público de Minas Gerais. Foto: Laura Sabino

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Vicente, apontou a importância da organização das famílias da Bacia do Paraopeba para reivindicar direitos. “Estamos aqui para recordar, fazer memória, e acima de tudo, reforçar a nossa luta. Deus está no meio de nós porque lutamos pela vida de todos e contra os esquemas de morte no Brasil e na região”, diz.

Dom Vicente, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Foto: Laura Sabino

Sobre a luta dos atingidos da Bacia do Paraopeba, Silvio Netto, da Direção Nacional do MST, traz a agroecologia como caminho para fortalecer um projeto de reparação ambiental aliado com um novo modelo de produção para o campo. 

“Nós não temos dúvida da legitimidade e da legalidade de todos aqueles que tiveram suas vidas soterradas tenham direito a indenização. E nós sabemos que não tem dinheiro que pague as vidas perdidas. A maior pena da Vale é fortalecer uma estrutura que nos liberte do cativeiro da mineração e do agronegócio, é fortalecer a agroecologia”, aponta Netto.

*Editado por Fernanda Alcântara