Alimentação
Pesquisa aponta irregularidades e perda da qualidade na alimentação escolar
Da Página do MST*
Há mais de um ano, o Observatório da Alimentação Escolar (ÓAÊ) iniciou a Campanha #ContaPraGente Estudante. Os dados são alarmantes. 23% dos estudantes ouvidos pela pesquisa não receberam nenhum tipo de assistência alimentar pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Apenas 14% receberam cestas de alimentos ou cartões para alimentação todos os meses, e 21% receberam assistência alimentar de suas escolas, apenas uma única vez desde o início da pandemia.
A pesquisou escutou 900 estudantes maiores de 12 anos da rede educação básica pública de ensino dos 26 Estados do país e do Distrito Federal, que vivem em um total de 215 municípios. O objetivo da pesquisa foi analisar a situação do direito à alimentação escolar em suas escolas, antes e durante a pandemia da Covid-19.
Além disso, a Campanha também avaliou como era a alimentação antes do fechamento das escolas, e o grau de engajamento dos estudantes, na defesa do direito à alimentação escolar.
Irregularidades
A falta de distribuição de alimentos e a irregularidade desta ação durante o fechamento das escolas sinalizaram uma grande perda na qualidade da alimentação ofertada.
Segundo a resolução que regulamentou a distribuição dos alimentos durante a pandemia, as cestas de alimentos deveriam seguir as determinações da legislação do PNAE, com alimentos in natura e minimamente processados, tanto para os gêneros perecíveis como para os não perecíveis, o que se observa é uma composição mais próxima das “cestas básicas” formadas sobretudo por alimentos não-perecíveis.
“Os alimentos mais presentes nas cestas distribuídas são o arroz (92%), o macarrão (86%) e o feijão (81%), seguidos de açúcar (66%) e óleo (54%). Poucos/as estudantes receberam em suas cestas carnes (23%), legumes e verduras (29%) e frutas (19%), como se pode observar na tabela comparativa abaixo”, afirma o estudo.
Mesmo assim, a pesquisa aponta que apenas 63% dos estudantes receberam cesta de alimentos ou crédito no cartão alimentação em 2021. Um retrocesso em relação aos 77% que receberam algum tipo de assistência alimentar da escola desde o início da pandemia. Além disso há relatos que demonstram perda da qualidade da alimentação nas escolas que optaram pela volta às aulas em 2021.
*Com informações do Observatório da Alimentação Escolar (ÓAÊ)
** Editado por Fernanda Alcântara