Direitos
Assentados de Santana do Livramento reivindicam melhorias nas estradas
Por Maiara Rauber
Da página do MST
Na manhã de sexta -feira (24 de setembro), famílias Sem Terra foram para a prefeitura de Santana do Livramento, na região da Fronteira no Rio Grande do Sul, para reivindicar uma audiência pública. A pauta levantada pelos assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra é a manutenção das estradas dos assentamentos e áreas rurais.
De acordo com os camponeses, em decorrência das fortes chuvas das últimas semanas, houve problemas no acesso ao assentamento, o que desencadeou uma grande dificuldade na retirada do leite pelos caminhões. “Com o início das escolas presenciais, os ônibus escolares, de linha e carros de pequeno porte enfrentam o mesmo obstáculo” pontua o assentado Vicente Willes, dirigente estadual do MST RS.
Além disso, outras produções das famílias também não podem ser escoadas devido a precariedade das estradas e ainda impede o recebimento de insumos para o manejo dos alimentos cultivados nos lotes.
Willes ressalta que o problema das estradas dos assentamentos e das áreas rurais em geral também ocorreram em outras gestões. No entanto, outros governos buscavam dialogar sobre as problemáticas apresentadas, e havia um esforço maior para resolver essas situações. “A administração atual não abre espaço em sua agenda para debater as nossas pautas, e nem propõe soluções para resolver as dificuldades de deslocamento nos nossos assentamentos”, enfatiza o Sem Terra.
A falta de recurso é a justificativa dada pela prefeitura de Santana de Livramento. Os assentados não se contentaram com esse retorno, e realizaram uma mobilização para cobrar uma audiência com a prefeita.
“O vice-prefeito Evandro Gutebier nos recebeu e nos falou de recursos que serão disponibilizados no ano que vem. A perspectiva é de serem investidos 2 milhões e 500 reais na manutenção das estradas e ainda falou sobre um projeto de lei em prevê incluir uma parte do ICMS do Funrural e destinar para a solucionar essa problemática” relata Willes.
Os assentados insistiram e solicitaram ações mais rápidas, pois o problema das estradas não podem esperar até o próximo ano, são necessárias melhorias urgentes. Para tal ponto, a prefeitura disponibilizou dois tratores e uma caçamba, o que não ajuda muito segundo as famílias. Como a situação segue grave, a Cooperativa Regional dos Assentados da Fronteira Oeste (Cooperforte) ofereceu uma de suas caçambas para auxiliar nos trabalhos.
“Isso não vai resolver o problema, mas segunda-feira vamos reunir um grupo de companheiros e companheiras para planejar a manutenção das estradas com o pouco que nos foi disponibilizado”, finaliza o assentado.
*Editado por Fernanda Alcântara