Premiação
“É destas comunidades de resistência que o projeto de Reforma Agrária Popular do MST se faz”
Da Página do MST
Na manhã desta sexta-feira (22/10), o MST recebeu o Esther Busser Memorial Prize. O MST foi reconhecido pela atuação na garantia de condições dignas de vida e de trabalho no mundo vem da OIT, idealizadora do prêmio, agência multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem com foco a regulação do trabalho, a partir do cumprimento de convenções e recomendações internacionais.
O Prêmio é uma homenagem a Esther Busser, defensora incansável dos direitos dos trabalhadores. Ela atuou como pesquisadora e diretora adjunta da Confederação Sindical Internacional (ITUC, na sigla em inglês) por uma década e faleceu em 2019, após uma dura batalha contra o câncer.
Ao todo cinco organizações apresentaram trabalhos desenvolvidos em países como Argentina, Índia e Mali. Representando o MST, Ayala Ferreira, da Direção Nacional do Movimento, pelo Setor de Direitos Humanos e integrante do MST no estado do Pará, destacou a importância do reconhecimento pelo trabalho em defesa da classe trabalhadora do campo e cidade.
Ayala falou sobre as reflexões que o Movimento traz ao se colocar como alternativa e esperança diante do estado de fome no país. Ao final, apresentou algumas fotos que ilustram a história e a atualidade da luta do MST.
Confira o discurso completo:
“Somos construtores e construtoras de uma realidade que ainda não existe. Fazemos parte de uma aventura pedagógica. Continuar nesta caminhada com a consciência da nossa pequenez é a grandeza desse sonho.”
(Che Guevara)
Estimados e estimadas,
Bom dia!
Sempre é um desafio e uma honra representar e falar em nome de uma organização como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – o MST. Somos um movimento que completou 37 anos de existência, construído e moldado a muitas mãos de trabalhadores e trabalhadoras rurais que compreenderam a missão histórica de lutar pela democratização da terra; pela efetivação da reforma agrária e dos direitos humanos; e no combate as desigualdades sociais e a concentração de renda e fundiária no Brasil.
Logramos mobilizar cerca de 430 mil famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais que vivem nos assentamentos e acampamentos em todo o país. É destas comunidades de resistência que o projeto de Reforma Agrária Popular do MST se faz: na produção agroecológica de alimentos diversos e saudáveis; na construção de escolas do campo e oferta de educação pública para crianças, jovens e adultos; no cuidado do meio ambiente plantando arvores; na oferta de saúde popular, moradia digna e na vivencia de relações humanas baseadas na cooperação e na solidariedade.
Encerro expressando a imensa alegria pelo premio Ester Busser, concedido ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. E nossa forma de fazer jus ao legado deixado por Ester Busser é seguir na resistência ativa por justiça social para milhões de trabalhadores, na defesa da vida e da sóciobiodiversidade!
Muito obrigada!”