Resistência
Durante Plenária, povos tradicionais reafirmam luta pelo território e Fora Bolsonaro
Por Izelia Silva
Da Página do MST
A manhã deste sábado (06), foi marcada pelo Encontro da Diversidade dos Povos na Plenária dos Povos Tradicional e Originais da Bahia, que ocorreu no Assentamento Jacy Rocha, município de Prado no Extremo Sul da Bahia.
A atividade que está inserida na programação do ato político da exibição do filme “Marighella”, reuniu representação de diversas etnias, como Povos Originários, Ciganos, Povos de Terreiros, de Assentamentos Agroecológicos, Pescadores e Marisqueiras. Além das lideranças políticas como Fabya Reis – Secretária de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), discutido temas relacionado à conjuntura política e a resistência dos povos em tempo de pandemia e tempos sombrios, como os atuais.
A plenária seguiu todas as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Setor de Saúde do MST.
Na plenária dos Povos e Comunidades Tradicionais, a questão que guiou as falas durante o ato foi: quais as estratégias que orientam a nossa resistência?
De acordo com Lucinéia Durães, precisamos nos organizar e unir as forças “para vencermos todas formas de injustiça, e a casa do MST está aberta para todos os povos que lutam e resistem como nós.”
Um relato e outro traziam à tona uma diversidade de formas de enfrentar as ofensivas ao modo de ser e viver destas populações: a organização comunitária e o fortalecimento das bases, o resgate das tradições culturais dos povos, a conservação e multiplicação das sementes crioulas, a auto-organização das mulheres e Juventude, a participação em espaços de controle de políticas públicas, o autorreconhecimento da identidade das comunidades, as parcerias com atores diversos como centros de pesquisa e estudo, a comunicação popular, o acesso à água, o fortalecimento da agroecologia, a defesa da educação contextualizada às diversas realidades destas comunidades, além de outras tantas estratégias.
O Cacique Renato da Aldeia Boca da Mata – município de Porto Seguro (BA), ressalta a importância deste espaço para demarcação de território, Povos: “Território, Identidade e Tradição. Território para falar de onde vivemos. Tradição para falar de quem somos. E identidade para falar como nos expressamos em nossas culturas como povos originais, terreiro, ciganos e quilombolas. Espaços como esse que precisamos construir diariamente porque somos nós que vamos dizer como elas são, e nossa luta é a gente que conhece melhor do que ninguém”, afirma.
Apesar do reconhecimento dos desafios atuais, na plenária, havia uma forte consciência sobre a resistência que esse momento histórico pede e também da necessidade de cuidado mútuo. Além disso, os relatos deram conta do intenso movimento que há nas comunidades, e dos Povos Tradicionais que não abrem mão dos direitos conquistados nos últimos anos, continuam na luta e Resistência.
Confira o ensaio fotográfico “Retratos | Unidade e Resistência entre os povos”:
*Editado por Solange Engelmann