Comida de Verdade
MST retoma presencialmente Feira Cultural da Reforma Agrária no Ceará
Por Aline Oliveira
Da Página do MST
Desde abril de 2020 a Feira Cultural da Reforma Agrária tem acontecido de forma online, com pedidos pelo site e entregas sempre no segundo fim de semana de cada mês. Devido o avanço da vacinação e o baixo índice de contaminação da Covid-19 no estado, a feira retomou as atividades presenciais neste último sábado (13), no Centro de Formação Capacitação e Pesquisa Frei Humberto, localizado em Fortaleza, na rua Paulo Firmeza.
Essa edição da feira trouxe o tema “A resistência das famílias do Acampamento Zé Maria do Tomé” e contou com a participação de Camila Dutra, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Damiana Bruno, do acampamento Zé Maria do Tomé. A feira também manteve os pedidos através do site com as entregas para este domingo (14).
A Feira Cultural da Reforma Agrária tem por objetivo dar visibilidade à produção camponesa e agroecológica, disponibilizando alimentos livres de veneno produzidos nos assentamentos e acampamentos à população urbana. Tem também a intenção de dialogar com o conjunto da sociedade sobre a necessidade da realização da reforma agrária como uma forma de combater a fome no país.
A atividade iniciou as 9 da manhã com venda e exposição de produtos, as 10 horas debate e as 12 o almoço com comidas típicas e música ao vivo com Samba da Lia.
Sandra Gadelha é uma das clientes fixas da Feira Cultural da Reforma Agrária. “Estou muito feliz por estar aqui hoje por vários motivos, primeiro porque essa feira já era um símbolo de resistência e depois de quase dois anos, sem esse encontro presencial, se torna um símbolo ainda maior das nossas lutas durante a pandemia. A feira representa a produção de alimentos saudáveis, sabemos que é uma comida produzida com todos os cuidados que tem a relação de justiça social e ambiental, são alimentos que vem direto da produção agrícola familiar e camponesa para nossa mesa, e o tema de hoje nos ajuda a discutir com a sociedade que é a resistência das famílias do acampamento Zé Maria do Tomé é legitima e, além disso, é muito bom reencontrar os companheiros e companheiras”, relatou Gadelha.
Rafaela Costa, assentada da Reforma Agrária e feirante, destaca que é muito importante ter o contato direto com os consumidores. “Agora a gente tá tendo essa aproximação, no período da pandemia era bem diferente, os produtos vinham para cá e eram feitas as entregas de casa em casa, esse contato deixa a gente mais próximo e também mais feliz”, contou.
Nesse sentido, Clarice Rodrigues, da direção estadual do MST e coordenação da Feira, fala da alegria de retomar as atividades da feira presencialmente. “Hoje recebemos todos e todas com muita felicidade. Nessa última feira presencial aconteceu no mês de março do ano passado [2020] devido a pandemia, e para manter esse vinculo e contato resolvemos realizar a feira online e desde lá nossos produtos chegavam até os consumidores, mas mesmo com esse contato e esse vínculo estávamos com muita saudade desse abraço, de compartilhar esse momento de saborear os produtos que vem direto dos assentamentos e acampamentos e de ter esse contato presencial”.
A feira da Reforma Agrária contou com a presença de Maria Marighella, vereadora do PT de Salvador (BA) e neta do Carlos Marighella.
Contra os Agrotóxicos e pela Vida
A Campanha em Defesa da Lei Zé Maria do Tomé também esteve na feira coletando assinaturas, com o objetivo de defender a lei estadual 16.820/19 de autoria do deputado estadual Renato Roseno (PSOL -CE) e sancionada pelo governador Camilo Santana. A lei proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos no Ceará, por outro lado, o agronegócio está na tentativa de tornar a lei inconstitucional. O STF já iniciou a votação no último dia 12/11.
*Editado por Wesley Lima