Solidariedade
Com campanha “Natal Sem Fome”, MST vai partilhar alimentos em 30 cidades do Paraná
Por Ednubia Ghisi/MST-PR
Da Página do MST
A campanha “Natal Sem Fome” do MST convida o povo Sem Terra e a população urbana a viver o espírito do Natal na prática, por meio da solidariedade com quem enfrenta a fome neste período de crise e governo genocida. No Paraná, milhares de famílias camponesas estão mobilizadas na organização de partilha de alimentos em pelo menos 30 cidades, da capital até pequenos municípios.
Entre alimentos frescos e itens industrializados, a expectativa é distribuir cerca de 95 toneladas de alimentos e 3 mil marmitas. As primeiras doações já começaram no dia (13/12), em São Miguel do Iguaçu, na região oeste, e seguem até o dia 23 de dezembro.
José Damasceno, assentado em Arapongas e integrante da direção estadual do MST no PR, explica a intenção de levar apoio à parcela da população que enfrenta os efeitos mais perversos da crise, como a falta de renda e de alimentos.
“Nós estamos fazendo a nossa parte e acreditamos que com a energia, a vontade, a coragem e a união de todas e todas é possível que a gente leve até as pessoas mais carentes um pouco daquele alimento que a gente produz. E além disso, levar o carinho, a solidariedade e muita energia para que essas pessoas continuem resistindo”, garante o militante.
As ações dão continuidade à campanha nacional de solidariedade do MST, iniciada no início da pandemia da Covid-19 no ano passado, quando a fome passou a crescer ainda mais no país.
Cerca de 20 milhões de brasileiros passam um dia ou mais sem ter o que comer, e mais da metade da população do país (55%) vive em situação de insegurança alimentar, com redução de quantidade ou da qualidade da alimentação. Os dados são de pesquisa feita pela da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), divulgada no início deste ano, e resumem a gravidade da crise econômica e social que o Brasil atravessa.
Frutos da Reforma Agrária e do trabalho coletivo
A maior parte das doações planejadas partirão das próprias famílias Sem Terra, como parte da campanha de solidariedade. Ao todo, somente no Paraná, 794 toneladas de alimentos já foram partilhados por famílias do MST de abril de 2020 a novembro de 2021.
Boa parte da comida que chegará às famílias urbanas está sendo produzida em hortas coletivas e espaços de produção agroecológica de assentamentos e acampamentos do MST. Ao todo, 17 lavouras coletivas foram iniciadas para garantir a permanência das partilhas, desde maio de 2020.
Além dos itens já conhecidos dos kits de alimentos doados pelo MST, como arroz, feijão, mandioca, legumes e verduras em geral, as famílias de Querência do Norte também irão incluir dois quilos de carne em cada cesta. A estimativa é de que 600 cestas sejam partilhadas para pessoas em situação de vulnerabilidade da cidade, no dia 18 de dezembro.
Também está sendo preparada a partilha de 3 mil refeições a pessoas em situação de rua e moradoras da periferia de Curitiba, entre os dias 22 e 23 de dezembro. A atividade será realizada pelo coletivo Marmitas da Terra, criado pelo MST em maio de 2020, atualmente formado por cerca de 200 militantes.
Com a ação deste natal, o coletivo chega à marca de 100 mil marmitas produzidas e partilhadas toda quarta-feira, desde o início da pandemia. A maior parte dos ingredientes utilizados no cardápio vêm de lavouras e agroflorestas cultivadas pelo Coletivo Marmitas da Terra no Assentamento Contestado, na Lapa, em parceria com a Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA) e com a própria comunidade local.
Saiba como fazer parte dessa campanha
A campanha “Natal Sem Fome” também convida a sociedade em geral a se mobilizar e contribuir com as ações, com a compra de cestas de alimentos da Reforma Agrária.
Em Curitiba e região, é possível participar adquirindo a Cesta Esperança, pelo site Produtos da Terra. As entregas serão no dia 21/12.
Na região Noroeste, a Cesta de Solidariedade pode ser adquirida pelo site do Armazém do Campo Maringá ou pelo telefone (44) 99980-1995. As entregas serão em Paiçandu, Maringá e Sarandi.
No Norte do estado, as Cestas de Solidariedade serão partilhadas em Londrina e podem ser adquiridas no Armazém do Campo Londrina. Ou na loja física: Rua Piauí, 95, loja 2, WhatsApp: (43) 9 9992-2196.
Também é possível doar para a campanha nacional, que fortalecerá ações solidária em estados com maior demanda:
Caixa Econômica
AG 1231
CC 2260-1 OP 003
CNPJ 11.586.301/0001-65
Confira as cidades do Paraná que terão ações solidárias:
Oeste
13 e 16/12
São Miguel do Iguaçu e Matelândia – estimativa de 1,5 toneladas de alimentos.
22/12
Mariluz e Umuarama – estimativa de 2 toneladas de alimentos
Cascavel – estimativa de 5 toneladas de Produtos da reforma agrária e da cesta básica.
Norte
17 e 22/12
Bela Vista do Paraíso, Porecatu, Florestópolis, Centenário do Sul, Rolândia e Arapongas – estimativa de 10 toneladas de alimentos;
Imbaú e Telêmaco Borba – estimativa de 3 toneladas de alimentos;
Londrina – estimativa de 7 toneladas de alimentos;
Ortigueira – estimativa de 7 toneladas de alimentos.
Centro-Oeste
18/12
Jardim Alegre – estimativa de 6 toneladas de alimentos;
19/12
Cianorte – estimativa de 2,5 toneladas de alimentos.
Sul
21/12
Curitiba e Fazenda Rio Grande – doação de Cestas Esperança, com alimentos da Reforma Agrária;
22 e 23/12
Curitiba e Região – produção e partilha de 3 mil Marmitas da Terra.
Noroeste
18/12
Querência do Norte – estimativa de 12 toneladas de alimentos, somando 600 cestas, cada uma com 1kg de carne;
Paranavaí – estimativa de 5 toneladas, somando pelo menos 250 cestas.
Centro
17/12
Pinhão – estimativa de 20 toneladas de alimentos;
Cantagalo – estimativa de 2 toneladas de alimentos;
18/12
Laranjeiras – estimativa a ser confirmada.
Sudoeste
22/12
Clevelândia – estimativa de 1 tonelada de alimentos;
Honório Serpa – estimativa de 1 tonelada de alimentos;
Palmas – estimativa de 1 tonelada de alimentos.
Norte Pioneiro
21/12
Congoinhas – estimativa de 1,5 tonelada de alimentos;
Jacarezinho – estimativa a definir;
22/12
São Jerônimo – estimativa a definir.
*Editado por Solange Engelmann
