Solidariedade Sem Terra
Natal Sem Fome no Ceará beneficiará comunidades periféricas de Fortaleza
Da Página do MST
No Ceará, movimentos populares doarão 30 mil quilos de alimentos nas periferias de Fortaleza. A ação acontece no próximo sábado (18/12), iniciando com um ato político e de solidariedade no Centro Frei Humberto (R. Paulo Firmeza, 445, São João do Tauape), a partir das 16 horas. Em seguida, haverá a distribuição a ser realizada nos bairros. A atividade faz parte da Campanha Nacional Natal Sem Fome: Cultivando Solidariedade Para Alimentar o Povo.
A campanha vem sendo construída pelo Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Caminhando em Luta (MCL), Levante Popular da Juventude (LPJ), Consulta Popular (CP), Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD).
Serão 30 toneladas de alimentos em sua maioria vindos de assentamentos e acampamentos de Reforma Agrária do Ceará. Dentre os itens doados estarão 10 mil litros de leite, farinha, feijão, arroz, polpa de frutas, banana, mamão, acerola, melancia, manga, caju, jerimum, batata, milho verde, tomate, pimentão, pimentinha, cheiro verde, entre outros produtos.
As famílias beneficiadas estão nas áreas periféricas de Fortaleza, dentre elas, Pastoral do Povo de Rua, famílias do bairro Jangurussu, movimento Saúde mental do Bom Jardim, Santa Maria, Serrinha, Bela Vista, Pici, Cidade Jardim I, Comunidade do Trilho, Pastoral do Migrante, Parambu, Vila do Mar, Comunidade Lagamar, Machado Diassis/Paupina, Sítio São João, Lar Menino Jesus, Ocupação do viaduto da Borges de Melo, cozinhas comunitárias, entre outras.
“A campanha Natal sem fome aqui no Ceará tem sido construída a muitas mãos, os movimentos populares do campo e da cidade tem somado forças pra conseguirmos proporcionar um natal sem fome para milhares de pessoas que hoje se encontram sem condições mínimas de viver com dignidade e ter o direito ao alimento, as famílias assentadas, acampadas de todo estado está mobilizada, organizando a sua produção com intuito de contribuir e ajudar aqueles e aquelas que mais precisam nas periferias, é uma forma de retribuir os resultados da luta pela terra e na construção da reforma agrária, de mão dadas vamos seguindo cultivando nossa solidariedade e combatendo esse governo genocida”, afirma Kelha Lima, dirigente nacional do MST e da coordenação da campanha Natal Sem Fome no Ceará.
Já Damiana Bruno, acampada no acampamento Zé Maria do Tomé relata que “é muito gratificante pra nós, enquanto comunidade camponesa, poder partilhar da nossa produção. Hoje a gente vive dessa produção, nos alimentamos e escoamos essa produção, pra nós é um privilégio poder contribuir para um momento tão especial para tanta gente. Como dizia Dom Helder Câmara: ‘Melhor que o pão é sua partilha, sua divisão’, e é esse exemplo de amor ao próximo que queremos seguir, de poder partilhar, de poder doar, não só a comida, mas a alegria de muitas pessoas, de poder caminhar lado a lado, campo e cidade nessa comunhão, de perceber e de reconhecer o valor da vida humana, porque quem tem fome, tem pressa”, conclui.
O agravamento da pandemia do coronavírus e a falta de responsabilidade do governo Bolsonaro para combater a doença, faz com que o Brasil viva grandes retrocessos. Estamos em um cenário em que mais de 20 milhões de pessoas estão passando fome, enquanto outras 117 milhões estão em insegurança alimentar.
*Editado por Fernanda Alcântara