Vacinação Infantil
“Vacina contra Covid-19 em crianças evita formas mais graves da doença”, explica médico
Por Solange Engelmann
Da Página do MST
A vacinação infantil contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil desde início deste ano. Em seguida, o MST iniciou uma campanha de incentivo e conscientização para vacinação infantil, entre a base Sem Terra, nos acampamentos, assentamentos e territórios da Reforma Agrária Popular em todo o país.
Estão sendo produzidos um conjunto de materiais informativos e realizados debates internos sobre a importância dos pais vacinarem seus filhos, garantindo a imunização dos e das Sem Terrinha. Porém, com o retorno das aulas presenciais em vários estados e as fake news, que ainda circulam na internet, conversamos com o médico, especialista em Pediatria, que integra o Coletivo Nacional de Saúde do MST, Augusto Dal Chiavon.
O médico tira algumas dúvidas que os pais ainda possam ter nessa fase inicial da campanha e reforça a importância da vacinação infantil, com o objetivo de evitar que as crianças desenvolvam as formas mais graves da doença ou venham a óbito em decorrência da Covid-19.
Confira na entrevista na íntegra:
Por que é tão importante os pais levarem as crianças Sem Terrinha para se vacinar?
Augusto: Nessa pandemia, fomos aprendendo que para evitar a doença grave as vacinais têm um papel fundamental, assim como o distanciamento social, o uso de máscaras adequadas e de forma correta, a lavagem das mãos e isolamentos das pessoas com sintomas e com a Covid-19. A importância é justamente para proteger os Sem Terrinha e evitar, que caso tenham contato com vírus, ele não evolua para formas mais graves que necessitem hospitalização, uso de oxigênio, etc.
Algumas pessoas estão dizendo que a vacina contra a Covid-19 não é segura para as crianças. Isso é verdade ou mentira?
Isso é mentira. Para crianças acima de 5 anos já houve estudos demonstrando a eficácia para proteger das formas graves da doença e de segurança, que demonstrou ser segura, além de apresentar poucos riscos às crianças. No Brasil temos já duas vacinas autorizadas para o uso no SUS [Sistema Único de Saúde].
Como a vacina protege as crianças contra o novo coronavírus?
Costumo dizer que a vacinação é parecida a um treino de futebol. Ela induz o nosso corpo a pensar e reproduzir estratégias para ganhar o jogo, para quando e, se ocorrer a infecção nosso sistema imunológico entrar em campo para ganhar! Tecnicamente, ela induz a resposta imunológica do nosso corpo, através de copias de parte de vírus ou vírus bem enfraquecidos.
A criança que já teve a Covid-19 pode se vacinar?
Pode e deve! A criança que pegou alguma vez o coronavírus pode novamente pegar, então sim, deve se vacinar. E caso a criança esteja com a Covid-19 deve aguardar 30 dias para se vacinar.
Quais as possíveis reações que a vacina pode causar nas crianças?
Na maioria das crianças não há nenhuma reação adversa, quando se apresentam são leves, como dor no local da vacina, febre, inapetência transitória – ou seja, falta de apetite transitório. E um grupo muito pequeno apresentou reações graves mais nenhuma fatal.
O que pode acontecer com a criança que não for vacinada?
Isso é arriscado, pois como estamos em uma pandemia a possibilidade de contágio tende a ser alta quando ocorre aglomeração e, infelizmente pode causar doenças graves em crianças, mesmo naquelas que já tiveram contato com o vírus anteriormente.
Depois de vacinada, a criança e os pais ainda precisam manter alguns cuidados em relação à Covid-19 ou não?
Com certeza é preciso manter todos os cuidados! O distanciamento social ainda é necessário, bem como o uso de máscaras adequadas e de maneira correta, assim como a lavagem frequente das mãos. Ainda que a criança esteja vacinada o coronavírus não foi embora.
Então, após ser vacinada, a criança ainda corre o risco de ter a Covid-19?
Sim, a vacina que temos possibilita maiores chances de que as crianças não desenvolvam as formas graves, não tenham necessidades de internação hospitalar e não venha a óbito devido a Covid-19. Por isso, a necessidade de seguir e manter os cuidados mesmo após as crianças e os adultos terem recebido uma ou todas as doses da vacina.
*Editado por Wesley Lima