Mulheres em Luta
Mulheres do Campo ocupam a Secretaria da Agricultura em Porto Alegre
Por Maiara Rauber
Da Página do MST
Mais de 200 camponesas ocupam o pátio da Secretaria de Agricultura em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no Dia Internacional das Mulheres. As agricultoras pedem ações do governo, que busquem amenizar os impactos da estiagem no estado, após discussões realizadas com a secretária Silvana Covatti e com o secretário Chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e pouco ter sido feito.
“As nossas famílias ainda estão sofrendo com a estiagem. Por isso estamos aqui novamente. Nós precisamos de ajuda urgente, diante de tantos prejuízos causados pela seca”, assinala Silvia Reis Marques, produtora e dirigente estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pelo Rio Grande do Sul.
Os principais pontos que as mulheres estão reforçando são em torno dos créditos emergenciais. O governo do estado anunciou a liberação de recursos para atender 42 mil famílias, no valor de um salário mínimo. Também foi apontada mais uma proposta para liberação de créditos de até R$ 10 mil por família, sem juros. Mas nada concreto foi realizado.
As representantes do MST, da União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), cobram que se coloque em prática a proposta e ressaltam que é preciso ampliar o número de famílias que seriam beneficiadas.
“Precisamos avançar no número de famílias que serão atendidas. Nesse crédito emergencial, entendemos que precisa atender pelo menos 100 mil famílias no RS, em especial as que possuem mais dificuldades. E esse crédito, é necessário ampliar o subsídio para os agricultores que não se enquadram nos recursos a fundo perdido”, aponta Cleonice Back, secretária adjunta da CUT-RS e diretora da Fetraf-RS.
As camponesas peticionam para a realização de uma audiência com o governador do estado, Eduardo Leite, pois para serem implementados imediatamente, os créditos dependem de decretos emergenciais aplicados pelo governador.
*Editado por Fernanda Alcântara