Dia da Água
“Plantando Resistência” lança primeiro episódio do ano sobre a crise hídrica no Brasil
Da Página do MST
O podcast Plantando Resistência inaugura 2022 com o tema da crise hídrica e experiências de cuidado e proteção ao meio ambiente desenvolvidas em áreas de Reforma Agrária, nos estados de Minas Gerais e Bahia. O episódio vai ao ar nesta quinta-feira (24), às 12h, nas plataformas de áudio do MST.
Este episódio conta com a participação exclusiva de Vicente Andreu, estatístico, ex-presidente da Agência Nacional de Águas (2010-2018) e secretário de Serviços Públicos de Hortolândia (SP). Vicente analisa os impactos da devastação ambiental e a crise hídrica nos biomas brasileiros e aponta o projeto do capital e do agronegócio como os principais responsáveis.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que 2,2 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável. Nos países em desenvolvimento, esse problema está relacionado a 80% das doenças e mortes. O Brasil perdeu, nos últimos 30 anos, 15,7% de sua superfície de água, o que representa 3,1 milhões de hectares. Em 1991, a área hídrica nacional era de quase 20 milhões de hectares. Em 2020, essa área caiu para 16,6 milhões. É uma redução equivalente a uma vez e meia toda região do Nordeste.
É importante entender que a água doce disponível no planeta tem uma distribuição desigual. O nosso país, por exemplo, detém 12% da água doce mundial, mas enfrenta desafios no que se refere à disponibilidade do bem comum.
A ONU reconhece o acesso à água e ao saneamento básico como um direito universal. A meta é que os países membros trabalhem para que todas as pessoas tenham acesso a esse direito até 2030. No entanto, a demanda crescente por água pode afetar a produção de alimentos. A agropecuária é a maior consumidora de água atualmente, responsável por 69% da retirada anual de água no mundo. As residências particulares respondem por apenas 12% e a indústria (incluindo a geração de energia), por 19%.
Reforma Agrária Popular é plantar água
Na contramão da produção agropecuária do agronegócio, famílias Sem Terra cuidam dos bens comuns através da produção de alimentos saudáveis e criam alternativas de cuidado da água em seus territórios. Na Bahia, a Escola Luana Carvalho, localizada no município de Ituberá, no baixo sul do estado, desenvolveu um sistema de captação de água da chuva para abastecer a unidade escolar, mas também atender uma parte considerável da comunidade.
Em Minas Gerais, no assentamento 1º de junho, na região do Vale do Rio Doce, que foi afetada diretamente pelo crime da Vale, em 2015, ações de recuperação das nascentes de rios, através do plantio de árvores e criação de viveiros contribuem na preservação ambiental.
Essas experiências exitosas serão apresentadas em detalhe no programa “Plantando Resistência” deste mês, que pretende agora mensalmente, lançar um episódio novo abordando temas gerais sobre as ações e debates do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”.
Serviço:
O que: Podcast Plantando Resistência, 1º episódio de 2022;
Quando: quinta-feira (24), às 12h;
Onde: nas plataformas de áudio do MST.
*Editado por Solange Engelmann