Eleições 2022
João Paulo Rodrigues, da direção do MST, fala sobre eleições de 2022
Da Página do MST
Em entrevista ao jornalista Breno Altman, no programa 20 Minutos Entrevistas desta quarta-feira (23/03), João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, explicou que o Movimento, e as famílias Sem Terra que vivem nas áreas de Reforma Agrária de todo país, estão se organizando para as eleições deste ano. Ele considera que as eleições presidenciais deste ano é estratégica para a reorganização da esquerda, no assenso da luta de massa e na posição do Brasil no continente.
Segundo Rodrigues, a organização do MST está sendo realizada em três frentes de ação: na construção de comitês populares, em parceria com o PT pelo país para debater agendas que devem constar num possível programa mínimo de Lula; o fortalecimento de candidaturas do próprio MST e apoiadas pelo MST e na construção das próprias campanhas e no combate às fake news.
“No MST pela primeira vez estamos com agendas de eleições de candidaturas um pouco mais organizadas. Temos pelos entre dez e 12 estados com candidatura própria…aquele acampado, assentado, que vai ser candidato e tem outros das bases, que o MST apoia….Segunda tarefa da eleição são os comitês populares…, nós precisamos construir um processo de organização do povo brasileiro que quer votar com o Lula; é um espaço da militância se reunir, do campo e da cidade e pensar quais são as tarefas… pro próximo período. Temos que começar a debater uma agenda de programa mínimo por Lula pras mudanças do país. E fazer a comunicação com a sociedade, não podemos perder pras fake News, muito menos pra agenda bolsonarista”, afirma Rodrigues.
O dirigente do MST convida a população e principalmente os setores da esquerda a se somar na organização dos comitês populares pelo país, com objetivo de discutir as políticas que o povo brasileiro que cobrar de Lula para o país no próximo período. “Qualquer militante de partido de esquerda, movimentos populares e sindical pode criar comitês nos diversos locais do país. Se esses comitês forem bem organizado, cumprirão um papel de organizar as resistências e a luta de enfrentamento com o bolsonarismo no pós-eleições. Por isso, que os Comitês cumprem um papel tático de pré-campanha, mas durante a campanha e na pós-campanha”, afirma.
Por outro lado, Rodrigues destacou que o movimento apoiará a candidatura de Lula, independentemente de quem faça parte de sua chapa e afirmou que, no momento, “a presença de Geraldo Alckmin (PSB) ainda não é motivo de preocupação”.
Segundo Rodrigues a relação do Alckmin com o MST no estado de São Paulo, foi de respeito e nunca houve perseguição ao Movimento. “O Alckmin é uma pessoa de direita…, mas o fato dele de não ter perseguido nós como foi em vários outros governos…, nos dá uma tranquilidade, que se ele apoiar o nosso programa, as nossas posições políticas referente à soberania nacional, economia e as questões de democracia. E nós conseguir avançar na derrota do Bolsonaro não vemos problema.”
Já em relação a construção das alianças políticas nos programas para as eleições de 2022 e a agenda dos movimentos populares para garantir os interesses dos trabalhadores do campo e da cidade nos programas partidários de Lula, o dirigente do MST aponta que até o momento as forças do capital demonstram que seguem com Bolsonaro, por isso para ganhar as eleições os setores progressistas e de esquerda precisam ampliar a agenda de lutas e mobilizações para atrair setores da juventude, médios e de centro para se somar a campanha de Lula.
“O que temos que fazer para ganhar essa eleição, é comitê popular, é um calendário de mobilização, é politizar a militância e a base, para que essa eleição possa ter um pouco do cheiro que foi a eleição chilena…, que possa projetar o próximo período…Tem que ter um pouco de América Latina, um pouco de 89, um pouco de ousadia… Temos que atrair setores da juventude, setores do esquerdismo, mas temos que atrair o centro, a classe média… E eu acho que o Lula é o maior portador da esperança, que vai ajudar a projetar a luta política pro próximo período.”
João Paulo Rodrigues é agricultor, assentado de reforma agrária. Formado em ciências sociais, é Coordenador Nacional do MST.
Confira abaixo a entrevista na íntegra:
*Editado por Fernanda Alcântara