Padre Júlio e MST são destaques na primeira edição do “Prêmio Megafone” para ativistas

Por Thayná Schuquel
Do Brasil de Fato

O padre Júlio Lancelotti conquistou o principal troféu da primeira edição do Prêmio Megafone, evento voltado para o ativismo brasileiro. Ele levou o “Megafone do Ano” pelas ações da Pastoral do Povo de Rua no combate à fome na Capital Paulista. O prêmio do Júri ficou com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Assim como os vencedores das demais categorias, eles receberam um troféu feito pelo ativista Mundano, um dos idealizadores do prêmio, utilizando cinzas recolhidas do desmatamento da floresta amazônica.

“As ações finalistas trouxeram um retrato da situação dramática que nosso país viveu em 2021,quando sofremos ataques a direitos básicos garantidos na Constituição, como o próprio direito à vida”, destaca Mundano. “Para defender suas vidas, essas pessoas enfrentaram o risco à vida apresentado pela pandemia para ir às ruas e lutar por seus direitos. São essas lutas, diversas e entrelaçadas, que as iniciativas vencedoras mostram”, completa Jonaya de Castro, uma das idealizadores da premiação.

O Prêmio Megafone é organizado por entidades como Greenpeace, Vozes pela Ação Climática (VAC), WWF e Instituto Socioambiental (ISA), e quer aumentar a visibilidade de ações ativistas. As diversas categorias premiaram ativismos nos centros urbanos e também no espaço digital. Para escolha dos vencedores foram avaliados impacto, capacidade de transmissão da mensagem e de mobilização de cada iniciativa inscrita.

Em um ano em que a saúde pública dominou os debates públicos, a pandemia de covid-19 foi o tema de várias iniciativas vencedoras. Como no caso da categoria “Foto”, com o descaso do poder público está explícito nas valas do cemitério de Manaus em clique de Michael dantas; ou na categoria “Meme”, com a entrega do prêmio ao influenciador Esse Menino, pelo grande hit das redes sociais em 2021: “Pifãizerrr”.

Confira abaixo a lista completa de vencedores da primeira edição do Prêmio Megafone:

• Ação Direta: Protesto “Quem matou Ari Uru-Eu-Wau-Wau?“, da Juventude Indígena de Rondônia
• Arte de Rua: “Vaca Magra”, de Márcia Pinheiro
• Cartaz em manifestação: “Xingu Livre”, de Kenai
• Cidadão indignado: Desabafo pós marcha Fora Bolsonaro em Recife, por Yane Mendes
• Documentário: “Tapajós ameaçado”, de Thomaz Pedro
• Foto: “Cemitério em Manaus”, por Michael Dantas
• Jovem Ativista: Beatriz Lacerda
• Marcha ou manifestação de rua: Mobilização Nacional Indigena /Acampamento Luta Pela Vida: contra o Marco Temporal e PL 490, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)
• Megafone do ano: Padre Júlio Lancelotti
• Meme: “Pifaizer / Pfizer”
• Música ou videoclipe: “Vacina Butantan” por MC Fioti / Remix Bum Bum Tam Tam (Kondzilla)
• Perfil de Rede Social: Daldeia
• Prêmio do Júri: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
• Reportagem de Mídia Independente: “Série antirracismo”, da RioOnWatch

Edição: Felipe Mendes