Direitos Indígenas

No 5º dia do Acampamento Terra Livre, mulheres indígenas debatem sobre representatividade

A programação desta sexta-feira (8), foi voltada totalmente para as indígenas e contou com plenárias e debates
A mobilização reúne cerca de 6 mil pessoas no espaço do “Centro Ibero-americano de Culturas”, no Eixo Monumental, em Brasília. Foto: Nayá Tawane

Por Nayá Tawane
Do Brasil de Fato

A programação da 18º edição do Acampamento Terra Livre (ATL) que acontece em Brasília, uma das maiores mobilizações indígenas do país,  dedicou todas as atividades do quinta dia para as mulheres indígenas. Na manhã desta sexta-feira (8), a programação começou com as falas de várias lideranças femininas sobre os temas “Retomando o Brasil: Vozes Diversas das primeiras Brasileiras” e  “Demarcar Territórios: Nossos corpos Territórios no Reflorestamentes”.

Um ritual de abertura deu seguimento às atividades durante à tarde, com apresentações culturais, danças e cantos protagonizadas por mulheres de várias etnias que estão presentes no acampamento. É preciso que cada vez mais a voz das mulheres indígenas sejam consideradas nos espaços de decisões, é o que diz a liderança indígena, Telma Taurepang, cacica do povo Taurepangue, de Roraima.

“Estes espaços precisam ser ocupados por nós, mulheres indígenas, principalmente as jovens. Nós não queremos mais estar sozinhas nas cozinhas, nos roçados. Temos que estar juntas, fazendo o chamado da luta e defesa dos nossos direitos e dos direitos dos nossos territórios”, defende.

O ápice do dia foi a mesa “Aldear a Política”, que apresentou as pré-candidatas nas eleições de 2022. a professora e ativista indígena Célia Xakriabá, falou sobre a importância do Congresso Nacional e das casas legislativas serem ocupadas por indígenas, principalmente, mulheres.

“Queremos criar a bancada do cocar e ancestralizar o Congresso. Entraremos na política com o nosso urucum e jenipapo.Não existe Brasil sem os povos e  principalmente, as mulheres indígenas”.

O ATL segue até o próximo dia 14 de abril com uma intensa programação de marchas, plenárias, reuniões, cine debate e apresentações culturais.

Confira a programação do ATL 2022:

09.04

9h | #EmergênciaIndígena – Mobilização nacional dos movimentos

10.04

#ATL18anos – Reuniões de alinhamento das regionais para a 2 semana do ATL

11.04

9h | Plenária: #JuventudeIndígena – O futuro é agora. Plenária da juventude indígena

14h | Plenária: #IndígenasLGBTQIA+ – Diversidade indígena e a nossa força ancestral

12.04

#CampanhaIndígena

13.04

8h | #EducaçaoIndígena – O sistema Nacional de Educaçao e a Educaçao Escolar Indígena

10h | #EducaçaoIndígena – A Lei de Cotas na Educaçao e o Programa Bolsa Permanência

14.04

9h | Plenária #LutaPelaVida | Aliança dos movimentos sociais para fortalecer a luta indígena

14h | Plenária de encerramento ATL 2022

Edição: Rodrigo Durão Coelho/ Brasil de Fato