Carajás 26 anos

Acampamento da Juventude Sem Terra sedia lançamento do 7º Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira, no Pará

"Trazer o CINEFRONT para o acampamento pedagógico tem como objetivo fortalecer a luta popular, nesse contexto fascista que é o governo Bolsonaro", afirma organizador do festival
Sessão de lançamento do Festival exibiu “Mulheres em Luta: Semeando Resistência”, filme do MST/ Foto: Lais Alanna – MST Maranhão

Por Dioclecio Gomes*
Para a Página do MST 

O XVI Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra “Oziel Alves Pereira” realizou na sexta-feira (15) o lançamento do VII Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira, o FIA CINEFRONT, na Curva do S, local do Massacre de Eldorado do Carajás que assassinou de 21 trabalhadores rurais Sem Terra, em 17 de abril de 1996, na Rodovia PA-150, hoje Rodovia BR-155, no sudeste do Pará.

Após a exibição do filme “Mulheres em Luta: Semeando Resistência”, produzido pela Brigada de Audiovisual Eduardo Coutinho, do MST, foi realizado um debate da juventude Sem Terra com a participação de Kelly Mafort, da direção nacional do MST, e Evandro Medeiros, diretor, produtor, professor da Universidade do Sul e Sudeste do Pará (Uniesspa) e organizador do CINEFRONT.

Após exibição do filme, foi realizado um debate da Juventude Sem Terra/ Foto: Lais Alanna – MST Maranhão

Segundo Evandro Medeiros, representante do CINEFRONT, essa parceria se insere como resistência ao governo Bolsonaro, que afronta os movimentos populares, indígenas, quilombolas, povos do campo, dos rios e das florestas, com políticas que aumentam a cada dia a precarização da vida do povo brasileiro. “Trazer o CINEFRONT para o acampamento pedagógico tem como objetivo fortalecer a luta popular, nesse contexto fascista que é o governo Bolsonaro”, afirma.

Para Kelly Mafort, o cinema tem importante papel como ferramenta para ler a realidade. “Conhecer o legado cinematográfico brasileiro é muito importante, pois proporciona entender a realidade brasileira. O cinema é importante para a formação da consciência e para incentivar os militantes a vontade de fazer cinema”.

Na mesma linha, Medeiros enfatiza o caráter do Festival. “O Cinefront é um instrumento pedagógico”.

Retomada

A realização dessa atividade acontece depois da suspensão por dois anos causada pela pandemia do Covid-19 e se insere nesse processo de retomada das atividades presidenciais. O XVI acampamento “é uma marco na nossa história pela luta pela terra e pela Reforma Agrária e por isso foi importante retomar sua forma presencial.”, explica Kelly Mafort.

Segundo ela, “o último encontro massivo do MST que tivemos, antes da pandemia, foi o Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, em 2020. E esse filme exibido agora é a memória daquele encontro, então, agora que estamos retomando, decidimos iniciar resgatando essa memória de luta”.

Para Medeiros, esse lançamento do VII CINEFRONT no Acampamento da Juventude Sem Terra carrega um potencial muito grande. “Um momento que nós nos encontramos com a juventude que é a força do movimentos”.

O Cinema da Fronteira

Iniciado em 2015, o projeto foi uma construção coletiva com professores, estudantes, técnicos de universidades e movimentos sociais. Neste mês de abril serão realizada mais duas sessões especiais. A programação ocorrerá até agosto de 2022.

*Integrando do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM)
**Editado por Yuri Simeon