Agroecologia
Festival do MST em Minas Gerais fortalece a agroecologia e a cooperação
Por Flora Villela
Da Página do MST
Na tarde desta sexta-feira (29), primeiro dia do Festival Estadual de Arte e Cultura e Feira da Reforma Agrária e Agricultura Familiar de Minas Gerais, o MST promoveu o Seminário de Sensibilização Ambiental da Reforma Agrária Popular junto com o Lançamento do Dicionário de Agroecologia. Aberto ao público, o espaço contou com a presença na mesa de debate dos companheiros Francisco Dal Chiavon, da coordenação nacional do setor de produção, cooperação e meio ambiente do MST, da Dominique Guhur, militante do MST e co-autora do Dicionário, e Maxuell Martins, do Setor de Educação.
Além do processo de construção do Dicionário da agroecologia, lançado durante o evento, ao longo do debate foram colocados em pauta o papel do agronegócio na degradação ambiental, contaminação dos alimentos, água e solo, assim como o projeto de enfrentamento defendido pelo MST, que luta, não só pela reforma agrária, como pela produção saudável de alimentos através da agroecologia e cooperação.
Em um contexto de destruição exponencial do nosso patrimônio natural, frente aos crimes da mineradora Vale e a recente liberação de novas substâncias agrotóxicas, o Movimento reforça a importância de implantar um novo modelo de agricultura sustentável e sistematiza, no Dicionário da Agroecologia, os acúmulos na área visando sempre uma agricultura popular que dê alimento saudável para o povo, e a mudança do modelo tecnológico vigente construindo um novo sistema de produção.
Segundo Francisco, “há historicamente um conhecimento humano de que a comida é o nosso remédio e o nosso remédio é a nossa comida, diante disso a discussão da agroecologia não é apenas mudar uma tecnologia e sim um sistema de vida, dar uma vida a humanidade que seja uma vida plena”. Ele salienta ainda a importância da Feira como demonstração do potencial da cooperação e produção agroecológica: “a feira demonstra a materialidade da teoria que está nesse dicionário, com os produtos vindos da agricultura familiar dos assentamentos, os produtos orgânicos e agroecológicos, então estamos mostrando teoricamente e praticamente tudo o que falamos é possível”.
A 3° edição do Festival ocorre após dois anos de pandemia onde os processos de cooperação, produção e comercialização precisaram ser adaptados. “Esse evento acontece em um momento importantíssimo porque, após dois anos de pandemia, saímos fortalecidos pela cooperação que nós tivemos (…) entre os assentamentos da reforma agrária do movimento sem terra e a sociedade humana que mais pereceu na pandemia, que foi a nossa solidariedade em levar produtos orgânicos e naturais para aqueles que não tinham o que comer”, comenta Francisco. O MST segue ocupando a capital mineira nos dias 30 e 31 com programações culturais, formativas e gastronômicas ao longo de todo o dia na praça da Assembleia em Belo Horizonte.
*Editado por Henrique F. Marques