Mobilização
Camponeses e agricultores familiares tem promessa de auxílio à estiagem pelo governo do RS
Por Maiara Rauber
Da Página do MST
Nesta quarta-feira (4), aproximadamente 700 agricultores e camponeses se deslocaram até Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul e ocuparam as dependências da Secretaria da Fazenda. O intuito da ação foi reivindicar o auxílio aos trabalhadores do campo afetados pela seca no final de 2021 e início de 2022 no estado, que ainda segue gerando danos.
Estavam presentes no ato as famílias do MST, da União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS).
“A luta das nossas famílias é a busca de ajuda para as problemáticas enfrentadas no campo após três anos consecutivos de seca aqui no estado. Nós também sabemos que isso está se estendendo para a sociedade em geral, como a falta de alimentos na mesa do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras” relata Ildo Pereira, da direção Estadual do MST no RS.
Ao meio-dia, o Secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso atendeu os representantes dos movimentos populares da agricultura familiar e camponesa, convidando para uma conversa. No entanto, o mesmo não se sentiu apto para anunciar as ações do governo em relação à pauta levantada pelos camponeses. “Não cabe a mim fazer anúncio de um programa de outra secretaria. Isso é uma questão a ser resolvida pelo governo e pela Secretaria Civil”, explica Cardoso.
Após seu relato e ouvir os movimentos do campo, o Secretário da Fazenda entrou em contato com o Secretário da Casa Civil, Artur Lemos, que confirmou a liberação do auxílio emergencial ainda no mês de maio.
Ao ser questionado pela demora e a falta de comprometimento por parte do governo, Lemos justificou. “Não posso passar as informações específicas do auxílio, estamos finalizando os detalhes. Não temos o dado certo de famílias que serão beneficiadas, nem o valor total do recurso”, pontuou o Secretário da Casa Civil.
No entanto, Lemos se comprometeu em marcar uma reunião com o conjunto dos representantes dos movimentos populares do campo do estado, com data limite até o dia 19 de maio. De acordo com ele, não existe a possibilidade de a conversa ocorrer após essa data. O intuito da reunião será informar os detalhes do auxílio emergencial, ou seja, a quantidade de famílias beneficiadas e valor dos recursos a serem liberados pelo governo.
Em assembleia os camponeses e camponesas definiram o retorno à capital, caso a promessa de Lemos não for cumprida.
*Editado por Solange Engelmann