LGBTI+

Conselho Nacional LGBTI+ denuncia o bolsonarismo e defende a unidade na luta popular

Mais de 200 LGBTQIA+ participam do evento que se estende até terça-feira (17/5), com o Ato Cultural “17M: Bolsonaro Nunca Mais”
Alessandro Mariano e Leo Ribas durante Encontro do Conselho Nacional Popular LGBTI+. Foto: Malu Aquino.

Por Wesley Lima
Da Página do MST

O Encontro do Conselho Nacional Popular LGBTI+ teve início na tarde deste domingo (15), no Auditório da APEOESP, localizado no centro de São Paulo. A atividade reúne movimentos e organizações populares LGBTQIA+, que juntes constroem o Conselho Nacional Popular LGBTI+ desde 2018, ano de sua fundação.
O Encontro é um espaço de unidade popular em defesa da vida, dos direitos da população LGBTQIA+ e de denúncia ao Governo Bolsonaro. Mais de 200 pessoas participam do evento que se estende até terça-feira (17/5), Dia Internacional de Luta contra a LGBTQIA+fobia, com a realização do Ato Cultural “17M: Bolsonaro Nunca Mais”.

Na mesa de abertura do Encontro estiveram presentes os movimentos e organizações que integram o Conselho Popular. Durante as falas foi reafirmada a necessidade da unidade política na luta contra o conservadorismo, o bolsonarismo e a construção de um país livre da violência, com igualdade e respeito.

Fizeram uma breve saudação Alessandro Mariano, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Leo Ribas, da Liga Brasileira de Lésbicas (LBL), Gustavo Coutinho, da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT), Laryssa Gabriel, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Tani Vaz, da Frente Bissexual, Carolina Iara, vereadora e integrante da Associação Brasileira de Intersexos (ABRAI), Augusto Oliveira, da Rede Afro, Rivania Rodrigues, da Rede Nacional de Lésbicas e Mulheres Bissexuais Negras Feministas (CANDACES), José Felipe, da ArtGay, Mitiele Meira, da Articulação Brasileira de Lésbicas (ABL),  Daiana Brunetto, da ANPED, Arthur Nobrega, do Levante Popular da Juventude, Arthur Sampaio, do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT), Willian Gimenez, da OAB, Zezinho Bado, da CNTE, Valmir Cirqueira, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Matheus Pavedo, da Via Campesina Brasil e Lívia Ferreira, da Rede Sapata.

Encontro do Conselho Nacional Popular LGBTI+. Foto: Malu Aquino.

“A diversidade é a nossa potencialidade”

Representando o Conselho Nacional Popular LGBTI+, Leo Ribas, explica que a realização do Encontro, nesse momento de crises e aumento da violência no Brasil, é histórica. “Para nós, o que estamos fazendo aqui é história, mas para aqueles que estão lá fora é muito mais que isso. Para eles é a garantia de que estamos lutando.”

Ela afirma também que a construção do Encontro e do Conselho, que conta com 26 organizações, é uma ferramenta de unidade, “no sentido de resistência”, com o objetivo de mudar a história e o rumo do país. “O Conselho é o resultado da união de pessoas, de organizações, de coletivos […] para que consigamos trabalhar numa perspectiva interseccional. Para que possamos pautar todas as mazelas e opressões que vivemos”, destaca Ribas.

Pensando nisso, Alessandro Mariano, pontua que participar da construção do Conselho e do Encontro trazem sensações únicas. “O esforço nosso quando decidimos criar o Conselho é que esse espaço seja de unidade nacional e temos vários desafios na construção da unidade popular”, destaca.

Mariano sinaliza que o conjunto de movimentos e organizações LGBTQIA+ possuem a tarefa de trazer para a centralidade da luta política a pauta da diversidade sexual e de gênero; o combate às fakes news e conquistar mentes e corações na luta contra o conservadorismo, além do desafio de construir a unidade no Movimento LGBTQIA+.

“Nós somos muito diversos e por isso não podemos ficar na disputa só pelas letras, temos o desafio de construir, desde a diversidade que somos, a nossa potencialidade, a luta concreta contra a violência”, explica ao final da sua fala.

Programação

Nesta próxima segunda-feira (16), os participantes do Encontro discutirão “Orgulho e resistência LGBTI+ e a ofensiva do conservadorismo”, “Desafios da Luta LGBTI+: eleições e unidade do campo popular” e será lançado o “Programa Brasil de Todas as Cores”. Este último é um documento, criado pelos movimentos e organizações do Conselho Popular, para ajudar a construir um conjunto de políticas públicas à população LGBTQIA+.

Na terça-feira (17), ocorrerá um Ato Público de Assinatura do Protocolo da Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) sobre bissexualidade, a Audiência Pública 17M Dia Mundial e Nacional de Luta Contra a LGBTIfobia: em defesa do Museu da Diversidade sexual e das Políticas Pública para população LGBTQIA+ e, às 16h, o Ato Cultural “17M: Bolsonaro Nunca Mais”, na Av. Paulista.

*Editado por Maria Silva