Intimidação

Acampamento Marielle Franco é alvo de novas ameaças em Atalaia (AL)

Segundo a coordenação do MST na região, as ameaças ao acampamento têm sido recorrentes e o Movimento vai tornar as denúncias públicas para a sociedade e as autoridades competentes
Famílias do acampamento foram surpreendidas com a chegada inesperada de um suposto ‘oficial de justiça’ que ameaçou com uma ‘surpresa’ em breve. Foto: MST Alagoas

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Na manhã desta terça-feira (17) as famílias do Acampamento Marielle Franco, em Atalaia, na Zona da Mata de Alagoas, foram surpreendidas com a chegada inesperada de um suposto oficial de justiça que, em tom ameaçador, sinalizou que sua presença era para alertar os acampados e acampadas de que teriam uma surpresa em breve.

O suposto oficial que se apresentou somente como Artur, estava em um carro branco, do modelo Argo da Fiat, de placa QOP 3722, e em sua passagem insistiu em saber quais eram as lideranças do acampamento, ressaltando que a área estava na justiça e de que ele já havia tirado famílias de outras propriedades rurais.

Em abordagem a uma das coordenadoras do Acampamento, ele chegou a reforçar que já sabia qual era o barraco em que ela morava e que ficaria mais fácil de procurar quando fosse ao acampamento fazer a ‘surpresa’ que ele havia mencionado.

Suposto ‘oficial’ se apresentou somente como Artur e estava em um carro branco, do modelo Argo da Fiat, de placa QOP 3722. Arte: MST

De acordo com o MST, a prática de ameaça aos acampamentos é comum na região. “Apesar do indivíduo ter se apresentado como suposto oficial de justiça, sabemos que essa conduta é somente para intimidar as famílias no acampamento. Esse tipo de atuação é recorrente em Atalaia, em especial sob orientação de grupos políticos que sempre tentaram desarticular e acabar com a luta pela terra no município”, destacou a coordenação do Movimento.

O conflito permanente na luta pela terra na região resultou ainda no assassinato de lideranças no município, como o caso de José Elenilson, Chico do Sindicato e Jaelson Melquíades.

Segundo a coordenação do MST na região, as ameaças ao acampamento Marielle Franco têm sido recorrentes e o Movimento tornará as denúncias públicas para que o conjunto da sociedade e as autoridades competentes estejam cientes da situação que as famílias vivem na área.

“Reafirmamos o nosso compromisso com a luta pela terra, com a Reforma Agrária e com a democracia. Não deixaremos que esse clima de ódio e medo que insiste em existir tome conta do nosso município. Não aceitaremos nenhum tipo de ameaça ou intimidação contra as famílias e lideranças do MST”, ressaltou o Movimento.

*Editado por Solange Engelmann