JURA
UFCA Recebe Iª Feira da Reforma Agrária, em Juazeiro do Norte (CE)
Por Aline Oliveira
Da Página do MST
Por Aline Oliveira
Da Página do MST
Durante todo dia desta terça-feira (31/05) acontece a Iª Feira da Reforma Agrária no Universidade Federal do Cariri – Campos Juazeiro do Norte. A feira é uma realização da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária, da Universidade Federal do Cariri (UFCA), do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC), Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do MST.
Feijão, fava, farinha, goma, cajuína, mel de abelha, gergelim, alho, corante, sal, abobora, cheiro verde, goiaba, limão, castanha de caju, livros da editora Expressão Popular, bolsas, camisas, bonés do MST e artesanatos são alguns produtos disponíveis na feira.
A programação é aberta à comunidade acadêmica e a toda população da região do Cariri. A feira tem como objetivo possibilitar à população da região o acesso a produtos orgânicos e agroecológicos vindo dos Assentamentos de Reforma Agrária. Além da comercialização de produtos, a feira contou com música ao vivo, debate, sarau poético, exibição de filme.
Thiago Coutinho, Professor do Curso de Jornalismo da UFCA e da coordenação da feira declara “está aqui hoje realizando a primeira feira da Reforma Agrária pra gente é uma felicidade muito grande realizar e celebrar a jornada universitária, a nossa jornada que já acontece há 9 anos e é fruto da articulação que a universidade tem junto com o MST e vem estabelecendo um debate sobre a Reforma Agrária Popular, sobre a alimentação saudável e uma diversidade de temas. Após uma pandemia vivenciar um momento lindo como esse é muito importante, precisamos de fato celebrar nossa resistência”.
“Acho muito importante trazer nossos produtos pra feira aqui na cidade, mostrar que a reforma agrária é quem produz alimento saudável sem agrotóxico, prevenindo a saúde dos nossos companheiros e companheiras da cidade e do sitio”, destaca Cícero Possiano, assentado no assentamento 10 de Abril, no Crato.
Iara Silva da Direção Estadual do MST explica que a feira é uma possibilidade das pessoas conhecerem a produção do MST, que vem direto dos assentamentos de Reforma Agrária e gera a aproximação de quem produz com quem consome. “As feiras no geral tem essa finalidade de possibilitar aos consumidores de adquirir produtos agroecológicos e orgânicos, então é muito importante ocupar o espaço acadêmico dentro da programação da jornada universitária”.
A IX Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária tem como tema “Reforma Agrária e o Projeto Popular”, que teve início em abril e segue até o mês de julho no estado. No Ceará, a JURA é construída pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), UFCA, Universidade Regional do Cariri (URCA), Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Vale do Acaraú (UVA), Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM) e alguns Institutos Federais.
LGBT na Reforma Agrária Popular um debate necessário
“LGBT Sem Terra rompendo cercas e tecendo a liberdade” é uma construção do MST e do Coletivo LGBT Sem Terra, apresenta a trajetória do coletivo nos últimos 6 anos de debate organizado em nível nacional sobre diversidade sexual e de gênero no MST, o livro carrega muitas histórias de sujeitos que lutam pela terra e romperam a cerca da invisibilidade e encontraram força coletiva para lutar contra todas as formas de opressão.
O lançamento do livro traz o debate sobre a Reforma Agrária Popular e a diversidade sexual e de gênero com Irineuda Lopes, do coletivo LGBT Sem Terra e Auris Flor, membro do DCE, da UFCA e do Levante Popular da Juventude.
“É muito importante lançar esse livro hoje aqui no espaço da UFCA. Esse livro é fruto de uma construção coletiva, apresentando a nossa trajetória de 6 anos, traz nossas dores, nossos rostos, mas também nossa resistência, apresenta o nosso processo de construção em nossos territórios de Reforma Agrária e acima de tudo na defesa de um projeto de sociedade onde caiba todos os sujeitos, estamos em um momento onde tem crescido o ódio e a violência contra os sujeitos LGBTs e nós estamos mais uma vez reafirmando a necessidade do debate da diversidade sexual e de gênero em todos os espaços, desde o campo à academia, nos movimentos sociais de esquerda, e trazemos a afirmação que existe LGBT no campo, estamos construindo a Reforma Agrária em nossos territórios”, defende Irineuda Lopes, do Coletivo LGBT Sem Terra.
*Editado por Solange Engelmann