Formação
Segunda turma de Direito da Terra inicia no Pará
Por Reynaldo Costa
Da Página do MST
Nesta segunda-feira, (4) a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) e diversos movimentos sociais escreveram mais uma página na história da resistência do povo camponês no Brasil, com a consolidação da segunda Turma do Curso de Direito da Terra no Pará.
A aula inaugural foi realizada no auditório da Câmara de Vereadores de Itupiranga, cidade que recebe o Curso, e contou com a presença de personalidades, lideranças políticas, coordenadores do curso de Direito da UNIFESSPA e representantes de entidades e movimentos sociais. A atividade foi uma saudação e inserção dos calouros na faculdade.
Uma das ações do primeiro dia do grupo, foi o “trote ecológico”. Na ocasião os educando plantaram mudas de andiroba no Centro Profissionalizante, onde serão as aulas. E para marcar o início de mais essa resistência uma muda de andiroba foi plantada no jardim do instituto. As andirobas são árvores nativas da Amazônia, resistente e forte que produzem um óleo de bastante essência.
A turma é composta por 50 acadêmicos filhos e filhas de camponeses e de povos tradicionais dos estados do Maranhão Pará e do Pernambuco. Para a estudante Mayara, “o primeiro passo foi dado, que é começar o curso. Agora é resistir e nos organizar para que seja um bom curso.”
Representantes da sociedade civil organizada também saudaram a nova turma. “É mais um passo para a democratização do Curso de Direito que antes era só para os filhos da elite, e importante para nossa região marcada por conflitos no campo. Observa o professor Alysson Negreiros, presidente do PSOL em Itupiranga.
O segundo Curso de Direito da Terra pela Unifesspa no Pará é o sétimo já realizado no país. Duas turmas já se formaram em Goiás, outras duas no estado da Bahia e uma no Paraná. E em 08 de janeiro de 2022 se formou a primeira do estado.
Neste curso de Direto a instituição de ensino superior tem a parceria do Governo do Estadual através do programa “Forma Pará”, com o objetivo de estender a formação superior para o interior do estado em municípios onde não existem polos universitários.
O professor Jorge Ribeiro, coordenador do curso de Direito, afirma que mais uma vez a Unifesspa vem buscando cumprir o seu papel de faculdade do povo, recebendo mais camponeses para cinco anos, em busca do conhecimento e se preparando para a luta pela emancipação de suas comunidades. “Essa turma de Direito é mais uma tarefa da nossa faculdade e foi a própria instituição quem definiu tê-la.”
*Editado por Solange Engelmann