Atos de violência serão motor da mobilização pacífica, diz coordenador de Lula
Guilherme Seto – Folha de São Paulo (São Paulo)
Responsável pela mobilização popular na coordenação de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), João Paulo Rodrigues diz ao Painel que episódios de violência contra a candidatura do presidenciável e seus aliados servirão de combustível para o engajamento da militância.
Rodrigues, que também é coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), afirma que os atos de violência não devem criar medo nem tirar a militância das ruas, mas “alimentar a indignação”, em argumento alinhado ao do ex-presidente.
“Vamos denunciar o papel do [presidente Jair] Bolsonaro de estimular violência, intolerância e fazer o culto do armamento. Não vamos sair das ruas e deixá-las para o bolsonarismo. Esses atos de violência devem ser motor da indignação e levar que as pessoas se posicionem, se manifestem, montem seus comitês e façam mais atividades”, afirma Rodrigues.
“Ao mesmo tempo, vamos denunciar a violência política, a responsabilidade do Bolsonaro e cobrar a responsabilidade da Justiça e do Tribunal Superior Eleitoral, que precisam garantir uma estabilidade nas eleições”, continua.
“Nós não vamos nos intimidar. Ao contrário. Isso vai servir de combustível para a mobilização pacífica. Não vamos desviar o foco do nosso tema central, o da fome e da miséria”, completa.
Como mostrou o Painel, os partidos aliados da candidatura de Lula decidiram reforçar a estratégia de mobilização da campanha mesmo após o assassinato de um militante em Foz do Iguaçu (PR), no sábado (9).
A estratégia foi discutida em reunião do conselho político da coligação nesta segunda-feira (11). A partir desta semana, a ideia é criar o “Sextou com Lula”, para estimular a militância a ocupar estações de metrô, bairros e ruas.
Os partidos também decidiram criar uma ação mensal nas redes sociais. A ideia é todo dia 13, número do PT, promover tuitaços e estimular a militância a fazer publicações favoráveis a Lula.
Nessa reunião, também foi discutida a criação de campanhas pela paz em articulação com organizações da sociedade civil.
Editado por Maiara Rauber