Eleições 2022

MST realiza primeiro “Café com Parlamentares” com candidatos em São Paulo

Candidatos ao parlamento se encontraram para debater propostas e perspectivas do próximo período
200 pessoas participaram desse primeiro encontro, que teve a participação de Paulo Teixeira (1398) e Simão Pedro (13.555). Foto: Yuri Gringo

Por Fernanda Alcântara
Da Página do MST

Na manhã desta quinta-feira (18/8), o MST deu início ao “Café com Parlamentares”, espaço em que o MST reunirá nas próximas semanas alguns candidatos e candidatas aos cargos de deputado(a) estadual e federal. Cerca de 200 pessoas participaram desse primeiro encontro, que teve a participação de Paulo Teixeira (1398) e Simão Pedro (13.555).

O objetivo destes encontros é aprofundar o diálogo com a classe trabalhadora a cerca das propostas dos candidatos, além de promover um espaço de troca de experiências. Delwek Matheus, da coordenação nacional do Movimento, começou as apresentações falando da importância destes espaços para o processo democrático das eleições neste momento atual.

“O MST sempre esteve presente nas pautas políticas, mas nunca esteve tão envolvido no processo eleitoral como em 2022. Isso porque estamos em um momento de mudanças, e hoje precisamos não só mudar os poderes executivos, mas também promover parlamentares que estejam comprometidos com essa mudança”, afirmou Delwek.

Simão Pedro (à esq.), Delwek Matheus (centro) e Paulo Teixeira (à dir.) Foto: Yuri Gringo

O primeiro convidado a falar foi Simão Pedro, que fez uma breve apresentação sobre sua biografia e pontuou como tem atuado em pautas relacionadas à Reforma Agrária e aos movimentos sociais de luta do campo e da cidade. Ele destacou a necessidade de eleger Fernando Haddad (13) como governador para pautar a reforma agrária no estado, e como pode ajudá-lo a partir de sua experiência na Assembleia.

A minha experiência de gestão, o conhecimento que eu tenho do Estado e, principalmente, a minha relação política com a luta dos movimentos sociais do campo e da cidade, podem ajudar Haddad nesse projeto de colocar o Estado de São Paulo em sintonia com o governo federal, com Lula presidente.”

Segundo Simão, há um foco para que esta campanha não seja apenas uma disputa à eleição, mas também para governar e fazer uma mudança nas estruturas. “Nossa principal tarefa é, evidentemente, eleger o Lula e colocar um fim nesse governo fascista neoliberal que está acabando com o nosso país, inimigo da educação, da cultura, da inteligência, inimigo dos movimentos sociais, inimigos da reforma agrária e os seus aliados.”

“Acho que o MST é um dos movimentos mais estratégicos e importantes do país. Nesse momento de disputa, em que a correlação de forças não é muito favorável para nós, é o momento de alavancar produção, de abrir lojas como essa [Armazém do Campo], de investir na formação, na cultura, na gastronomia, para mostrar para a sociedade o que é a reforma agrária. E acho que o meu mandato pode ser esse instrumento também ali na Assembleia, para ajudar o MST nessa estratégia”, concluiu Simão.

Paulo Teixeira, que concorre à reeleição no cargo de deputado federal, começou sua fala relembrando como começou a vida política na Secretaria Nacional do MST no trabalho de levantar os dados de assassinatos no campo durante a ditadura militar.

Na mesa do povo, falta arroz, feijão, falta todos os tipos de produtos na mesa do brasileiro. E o MST propaga os melhores valores: a nossa juventude não quer armas, ela quer livro. A nossa juventude não quer CACs [Colecionadores de armas de fogo, atiradores desportivos e caçadores], ela quer sala de aula. A nossa juventude quer ser feliz, e não morrer nas periferias das grandes cidades, vítimas de uma política de guerra às drogas.”

Teixeira também ressaltou que é preciso aproveitar esse momento de “tristeza e tragédia e dar a volta por cima e virar a mesa no Brasil e governar esse país”.

Paulo Teixeira. Foto: Yuri Gringo

“Nós vamos pegar as rédeas desse país e vamos voltar a governar o povo brasileiro, fazer crescimento, geração de empregos, melhorar os salários, construir um profundo movimento de economia solidária. O que é o MST senão um movimento de economia solidária que dá certo? Nós temos que fazer isso”, concluiu Teixeira.

*Editado por Wesley Lima