MST nas Eleições
Conheça as bandeiras de luta da candidatura Sem Terra no Sudeste
Da Página do MST
A centralidade histórica da luta do MST sempre foi voltada para a democratização do acesso à terra, por Reforma Agrária Popular. E a partir da atual conjuntura, a tarefa política é derrotar a extrema-direita representada pelo bolsonarismo em todos os campos da sociedade, pela ameaça que representa para as liberdades democráticas e para os movimentos populares.
Foi a partir dessa conjuntura, que o Movimento tomou a decisão histórica de ocupar também as trincheiras dos espaços institucionais de governança, disputando com representantes do MST as eleições de 2022.
Neste cenário, entre as 14 candidaturas lançadas pelo MST neste ano, a que representa a região sudeste do país, está a cargo de Marina do MST, que disputa vaga como deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio de Janeiro.
A candidata foi uma das fundadoras do Movimento no estado e participou de suas primeiras ocupações, em 1996.
Entre as propostas de sua candidatura, Marina do MST tem como eixo de atuação, foco em políticas que façam o enfrentamento à fome, e que fortaleça os direitos da classe trabalhadora, principalmente voltadas para sanar desigualdades históricas de gênero que recaem, sobretudo, sobre as mulheres trabalhadoras.
Saiba mais sobre as propostas da Marina do MST no RJ
“A partir das nossas experiências concretas, o MST tem as respostas para o combate à fome, para combater também o desemprego e o inchaço e condições inumanas nas favelas. É a Reforma Agrária!” Esta é a tônica do discurso que a dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Marina dos Santos, a Marina do MST, vem difundindo por onde passa no Rio de Janeiro.
Marina propõe ainda a participação do Estado do Rio de Janeiro nesta Reforma Agrária, em parceria com o Governo Federal, com políticas articuladas de incentivo à produção camponesa, retomada de toda estrutura institucional da Secretaria de Agricultura, reerguer a Emater-RJ e o Instituto de Terras – que são instituições fundamentais para o desenvolvimento rural e produção de alimentos saudáveis do campo à cidade.
“Reforma Agrária Popular significa essencialmente dividir as terras que não cumprem sua função social, como diz a Constituição, para que mais mulheres e homens tenham onde trabalhar e, com essa produção camponesa agroecológica termos todos, no campo e na cidade, mais alimento saudável na mesa”, explica Marina do MST.
Neste sentido, a candidata ressalta que é possível para o Estado interagir na política de eliminação dos agrotóxicos na mesa da população e impulsionar políticas de circulação e consumo em rede, para que mais alimentos saudáveis cheguem às famílias também da cidade à preços justos, principalmente nas periferias.
De acordo com dados da Central Única de Favelas (CUFA), em parceria com o Instituto Data Favela e Locomotiva, 82% da população das áreas de favela no Rio de Janeiro depende de doações para se alimentar. Segundo os mesmos dados, o número médio de refeições por dia dessas famílias é 1,9; bem abaixo das três refeições diárias que proporcionam o mínimo de dignidade de se viver.
Hoje, há em torno de 33 milhões de brasileiros passando fome todos os dias e quase 117 milhões que sofrem algum tipo de insegurança alimentar, segundo estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Pessan, 2021). É a primeira vez que o nível de insegurança alimentar no Brasil supera a média mundial de 35%, conforme dados obtidos a partir do Instituto Gallup World Poll.
“Derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo é uma questão de vida. E Lula, junto com Freixo no Rio, nos inspira a elaborarmos um novo projeto de desenvolvimento com igualdade, mas antes disso, já em janeiro, precisamos de um Plano Emergencial para acabar com a fome!”, sustenta Marina. A dirigente aponta os caminhos para o controle de preços dos alimentos, com a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e dos estoques de regulação de preços na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), programas destruídos por Bolsonaro.
Ainda no estado do RJ, pesquisas apontam que a fome aumenta 400% e atinge 2,8 milhões de pessoas. “E a fome tem gênero e tem cor, são as mulheres pretas as mais atingidas”, demarca Marina. Assim, a candidata Sem Terra acredita que a maior participação das mulheres e da população negra na política é urgente para avançarmos num outro projeto de sociedade.
“Minha trajetória como mulher dirigente de um dos maiores movimentos populares da América Latina me dá segurança e experiência para contribuir em um projeto popular que contemple as mulheres e o conjunto da população do Rio de Janeiro. Queremos uma Democracia plena de Direitos e com participação popular!”, assinala Marina do MST.
*Editado por Solange Engelmann