Combate à Fome

Campo unitário lança plataforma de governo para acabar com a fome no país

Organizações apresentam propostas emergenciais e ações estruturante à campanha de Lula para enfrentar a fome e o agravamento da crise social no Brasil
Doações de alimentos da Reforma Agrária Popular, em ações de solidariedade do MST, no Paraná. Campo unitário defende criação de Plano Emergencial de Abastecimento, Soberania, Segurança Alimentar e Nutricional. Foto: Giorgia Prates.

Da Página do MST

Movimentos sociais, organizações populares e sindicais que integram o campo unitário no país, lançaram um documento várias proposta denominada “Plataforma de Governo dos Povos do Campo, das Florestas e das Águas para ganhar as eleições e governar o país”, ao governo Lula para colocar em prática assim que for eleito.

No documento as organizações apresentam quatro propostas emergenciais para os primeiros dias de governo e cinco propostas de ações estruturante no longo prazo para enfrentar a fome e o agravamento da crise social no Brasil.

Como medida emergencial para o Presidente Lula acabar com a fome, o documento recomenda “Apresentar um Plano Emergencial de Abastecimento, Soberania, Segurança Alimentar e Nutricional para controle da inflação, regulação de preços, e garantia de comida para o povo, incluindo o fortalecimento e recomposição orçamentária do PAA [Programa de Aquisição de Alimentos] e [Programa Nacional de Alimentação Escolar] e a implementação da Lei Assis Carvalho II (Lei 14.275/2021).”

Entre as medidas estruturantes estão: a garantia do direito à terra e aos territórios, o fortalecimento da capacidade produtiva da Agricultura Familiar para a Soberania e Segurança Alimentar, políticas estruturantes de infraestrutura e qualidade de vida para os povos do campo, da floresta e das águas, garantia de direitos trabalhistas aos assalariados e assalariadas rurais e estrutura de Estado para promover e implementar as políticas públicas destinadas aos povos do campo, da floresta e das águas.

Confira abaixo, documento na íntegra:

Campo Unitário – Plataforma de Governo dos Povos do Campo, das Florestas e das Águas para ganhar as eleições e governar o país* 

Somos a AGRICULTURA FAMILIAR,  composta por uma ampla diversidade  de sujeitos – mulheres, jovens, LGBTIA+, negros e negras, pescadores e  pescadoras, povos indígenas, quilombolas,  comunidades tradicionais, assalariados e  assalariadas rurais, camponesas e  camponeses; atingidos por barragens e pela  mineração – que exercem papel  fundamental na produção de alimentos e  na preservação do meio ambiente

Para enfrentar a fome no nosso país e o  agravamento da crise social, precisamos retomar uma ampla política de geração de empregos, um programa de políticas públicas sociais e uma política efetiva de  produção de alimentos. Nessa perspectiva, o governo  Lula precisará subordinar a expansão da agricultura  produtivista à garantia de direitos trabalhistas e  previdenciários, à democratização da terra, à proteção  dos territórios e à preservação ambiental para construir  a soberania e segurança alimentar e nutricional da  população brasileira.  

AÇÕES ESTRUTURANTES  

políticas públicas sociais e uma política efetiva de  produção de alimentos. Nessa perspectiva, o governo  Lula precisará subordinar a expansão da agricultura  produtivista à garantia de direitos trabalhistas e  previdenciários, à democratização da terra, à proteção  dos territórios e à preservação ambiental para construir  a soberania e segurança alimentar e nutricional da  população brasileira.  

1 Garantia do direito à terra e territórios – com a retomada das ações de reforma agrária, demarcação de terras indígenas, quilombolas, pesqueiras e demais povos e  comunidades tradicionais. Ao mesmo tempo, é necessário enfrentar a violência dos  conflitos agrários e socioambientais que tem aumentado desde o golpe de 2016. 

2 Fortalecimento da capacidade produtiva da Agricultura Familiar para a Soberania e Segurança Alimentar – A produção de alimentos saudáveis com  respeito às matrizes culturais, passam necessariamente pelo fortalecimento da  agroecologia e produção orgânica, pelo fomento e crédito adequado à realidade  camponesa, juntamente com políticas de abastecimento e distribuição de alimentos. Essas  políticas carecem de ações específicas para mulheres, juventude e povos e comunidades  tradicionais, como também de um desenvolvimento científico e tecnológico que vise  resolver os gargalos dessa produção, com atuação da EMBRAPA e das Universidades e  Institutos Federais em diálogo com a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão  Rural (PNATER), para uma ATER pública.  

3 Políticas estruturantes de infraestrutura e qualidade de vida para os povos do campo, da floresta e das águas – para melhorar a qualidade de vida das  famílias agricultoras é necessário políticas de educação, saúde, previdência e assistência  social, habitação, energia, estradas, inclusão digital, captação e abastecimento de água,  saneamento básico, cultura, esporte e lazer adequadas a nossa realidade. 

4 Assalariados e Assalariadas Rurais – é preciso reconhecer a importância dos milhões de assalariados e assalariadas rurais que exercem papel fundamental na produção  de alimentos e são submetidos a condições precárias de trabalho, em muitos casos  marcadas pela informalidade e terceirização fraudulenta dos contratos. Portanto é  necessário rever a Reforma Trabalhista, resgatando direitos e corrigindo falhas que tem  estimulado a precarização das condições de trabalho no campo. 

5 Estrutura de Estado para promover e implementar as políticas públicas destinadas aos povos do campo, da floresta e das águas – é necessário um  Ministério com força política e orçamento adequado que integre de forma estratégica as  políticas de desenvolvimento e fortalecimento da capacidade produtiva da agricultura  familiar com a política nacional de abastecimento e formação de estoques reguladores de  alimentos e a política de soberania e segurança alimentar e nutricional. 

Para tanto a estrutura institucional deste Ministério deve integrar as ações do Incra,  Anater, Conab e Embrapa, com as estruturas de gestão da política de segurança alimentar  e nutricional (em especial relacionadas ao PAA, PNAE e à produção de alimentos), além  das políticas para Mulheres Rurais, pesca artesanal e extrativistas costeiros e a política de  acesso à água (programa de cisternas), garantindo participação popular e controle social

PROPOSTAS EMERGENCIAIS PARA OS PRIMEIROS DIAS DE GOVERNO 

1 ACABAR COM A FOME! Apresentar um Plano Emergencial de Abastecimento,  Soberania, Segurança Alimentar e Nutricional para controle da inflação, regulação de preços,  e garantia de comida para o povo, incluindo o fortalecimento e recomposição orçamentária do  PAA e PNAE e a implementação da Lei Assis Carvalho II (Lei 14.275/2021). 

2 REVOGAÇÃO JÁ! Rever Decretos, Portarias e Instruções Normativas que impedem o  acesso à terra, aos territórios e aos demais direitos dos povos, e liberam venenos, invasões aos territórios, violência e destruição ambiental. Rever o recadastramento do Registro Geral de  Atividade Pesqueira dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, com a participação dos sujeitos. 

3 RETOMAR A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO. Fortalecer o Programa  Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA). 

4 GARANTIR SUBSÍDIO NAS TARIFAS DE ENERGIA para os mais pobres. A PLATAFORMA DOS POVOS DO CAMPO, DA FLORESTA E DAS ÁGUAS QUER  ENFRENTAR O DESAFIO DE ALIMENTAR O POVO E BARRAR A CRISE AMBIENTAL. PARA ISSO PRECISAMOS GANHAR AS ELEIÇÕES E GOVERNAR O PAÍS,  COM

 

* Versão resumida. Leia a íntegra da Plataforma no link: https://abre.ai/campounitario2022

**Editado por Solange Engelmann