Notícias Falsas
Fake: Não é verdade que MST destruiu pesquisas
Por Luiz Fernando Menezes
Da Página Aos Fatos
É falso que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) destruiu um laboratório de vacinas em 2015, como alegam posts nas redes sociais (veja aqui). Naquele ano, mulheres Sem Terra protestaram contra centro de pesquisas de eucalipto geneticamente modificado de uma fábrica de papel e celulose no interior de São Paulo.
As peças de desinformação reuniam ao menos 2.500 compartilhamentos no Facebook e foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação (saiba como funciona), como a mensagem abaixo:
Lembrando que o MST destruiu em 2015 o laboratório de pesquisas para vacinas. A conta chegou!
Postagens nas redes sociais enganam ao afirmar que, em 2015, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) destruiu um laboratório de vacinas. Na realidade, em março daquele ano, mulheres Sem Terra ocuparam um centro de pesquisas que desenvolvia mudas de eucalipto geneticamente modificadas.
A ocupação das instalações da Futura Gene Brasil, empresa ligada à Suzano Papel e Celulose, em Itapetininga (SP) serviu para “denunciar os males que uma possível liberação de eucalipto transgênico pode causar ao meio ambiente”, segundo alegou à época o MST.
A mesma peça de desinformação circulou nas redes sociais em março de 2019, após a imprensa divulgar que a morte do neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido causada por meningite, o que mais tarde foi desmentido. As publicações eram acompanhadas da alegação de que o centro de pesquisas desenvolveria a vacina contra a doença. Na época, as peças foram desmentidas pelo e-Farsas.
As publicações que trazem a falsa alegação são acompanhadas ainda de uma foto sem relação com o episódio e que foi registrada pelo menos quatro anos antes. Aos Fatos não localizou a origem nem a autoria exatas da imagem, mas verificou que ela aparece na internet desde outubro de 2010 em conteúdos sobre o movimento pela reforma agrária. A mesma foto também ilustra reportagens publicadas em 2011 e 2014.
Segundo os metadados da imagem, o autor da imagem seria Firmino Piton, que trabalhou na Folha de S.Paulo e no jornal A Cidade, de Ribeirão Preto (SP). Ao Aos Fatos, porém, o fotojornalista disse não se lembrar de ter feito o registro.