MST por Despejo Zero
Ato Brasil Sem Despejo em SP alerta “Mais de 188 mil famílias correm risco de despejo”
Por Rafael Soriano
Da Página do MST
O ato “Brasil Sem Despejo” reuniu, nesta quarta-feira, 26, mais de 5 mil manifestantes e um grande arco de movimentos populares, ocupações e acampamentos para exigir a prorrogação da ADPF 828, que impede uma onda de despejos nos territórios rurais e urbanos.
“É um absurdo o que querem fazer com nossas vidas! A grande maioria na população em situação de rua são crianças. Mais de 188 mil famílias correm o risco de serem despejadas na próxima semana se a ADPF 828 não for prorrogada”, alerta Ediane Silva, dirigente do MTST eleita Deputada Estadual de São Paulo. “Nós não podemos aceitar isso! Eles querem acabar com a nossa dignidade. Mas aqui tem resistência!”, anuncia.
Entre as pessoas em vulnerabilidade com o fim da vigência da ADPF que impede despejos no país, quase 540 mil são mulheres, 593 mil pretos e pretas e mais de 153 mil crianças, de acordo com dados da Campanha Despejo Zero. Esta Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) foi deferida pelo Ministro Barroso em 2021 para impedir uma enxurrada de despejos de famílias em vulnerabilidade por todo país.
“Estamos em luta contra os despejos. São quase 190 mil famílias, mais de um milhão de pessoas, que estão correndo risco de ir para as ruas com o vencimento da ADPF 828. Estamos nas ruas em todo Brasil para pedir a prorrogação desta medida cautelar, porque são as famílias pobres, o povo preto que está ameaçado”, explica Gerson Oliveira, do MST. “Estamos em mobilização em todo Brasil e nós estamos com uma expectativa boa: de vitória do presidente Lula e de que o STF prorrogue esta medida”, conclui.
O ato reuniu uma grande diversidade de movimentos do campo e da cidade e saiu em marcha da Praça da República para a Prefeitura de São Paulo e, ao final, para o Tribunal de Justiça (TJ-SP), demandando a prorrogação da ADPF 828 e exigindo uma política de habitação. O Deputado Federal eleito Guilherme Boulos trouxe uma mensagem que vai além do apelo ao judiciário.
“Nós queremos, com Lula, que o Brasil volte a ter uma política de habitação, de construção de moradia. A gente não aceita despejo, mas além disso, domingo estaremos todo mundo junto pra eleger Lula presidente do Brasil, Haddad governador de São Paulo”, apontou Boulos. Porque, além de segurar o despejo, a gente quer dignidade, regularização de nossas casas, mutirão. E isso quem vai fazer é um governo que olhe pro de baixo, pra periferia e pro trabalhador”.
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*Editado por Fernanda Alcântara