Produção
Movimento Sem Terra lança Café da Reforma Agrária, na Bahia
Por Cadu Souza, do Coletivo de Comunicação do MST/BA
Da Página do MST
Ocupar, resistir, produzir é o lema que carrega as famílias Sem Terra de todo país. Depois de ocupada a terra, os trabalhadores resistem cotidianamente socializando sua cultura camponesa e a produção de alimentos saudáveis com a população.
Nesse momento de 35 anos de resistência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Bahia, os agricultores, a partir de muita luta e organização, lançam o Café da Reforma Agrária, cultivado pelas famílias Sem Terra dos assentamentos da região do extremo sul da Bahia.
O Lançamento do Café da Reforma Agrária será na próxima sexta-feira (02), a partir das 8h, na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, localizada no Assentamento Jacy Rocha, município do Prado/BA.
A Rede Produtiva do Café
A organização da produção do café pelos assentados da Reforma Agrária faz parte da Rede Produtiva do Café do MST. Na Bahia, a COOPAESB – Cooperativa Agropecuária do Extremo Sul da Bahia tem se tornado referência na organização das redes produtivas.
Hoje, a COOPAESB tem quase 290 associados; já na produção do café participam diretamente 62 famílias, que fazem parte da Rede Produtiva do Café, que só na região do extremo sul da Bahia produz mais de 4 milhões de pés de café nas áreas de assentamento.
A Rede do Café nasceu a partir dos debates do setor de produção do MST e, em 2018, iniciou o processo de organização e beneficiamento da produção do café pelo MST no estado baiano. Em 2019, a COOPAESB foi contemplada pelo do governo do estado no edital da Aliança Produtiva.
Para Hervison Pereira, presidente da COOPAESB, o edital contribui para além das famílias contempladas, mas também para a formação e organização da produção de muitos agricultores.
“A partir do edital foi possível a implantação de unidades agroflorestais certificadas, além de potencializar outras experiências que já existiam sobre a produção de café, todo o processo beneficiou para além das famílias contempladas pelo edital”, finaliza Pereira.
Marca registrada dos produtos da Reforma Agrária
Na Bahia, o MST registrou a marca Terra Justa, como marca dos produtos da Reforma Agrária produzidos pelos trabalhadores e famílias Sem Terra no estado.
A Terra Justa foi pensada a partir da organização das Redes Produtivas, a primeira rede foi a do Cacau, na produção do Chocolate Terra Justa. E o setor tem avançado para a organização de outras redes produtivas, como a do café. Em breve, as redes produtivas do Mel e da Farinha de Mandioca.
Para Arleu Kay, da coordenação do setor de produção do MST/BA, “a luta para conquistar um pedaço de terra é muito difícil, é com muito trabalho, então todo alimento que se produz é justo”, diz Kay.
“Terra Justa é mostrar para a população a justiça sendo feita, a terra é justa por estar na mão da classe trabalhadora. O alimento e o seu valor são justos pelo o que está sendo produzido, com qualidade e responsabilidade”, conclui Arleu.
Serviços
Café da Reforma Agrária
Dia: 02/12/2022 sexta-feira
Horário: A partir das 08h
Local: Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto
BR 101, KM 834, Assentamento Jacy Rocha, Prado/BA
*Editado por Fernanda Alcântara