Reforma Agrária Popular
Festival da Reforma Agrária do MST: alimentos saudáveis da roça para sua mesa
Por Lays Furtado
Da Página do MST
Neste final de semana, de 2 a 4 de dezembro, o Galpão do Armazém do Campo SP sediou o Festival da Reforma Agrária do MST, trazendo as principais culturas da roça pro coração da capital paulista.
Cerca de cem expositores/as trouxeram o melhor do que é produzido pela agricultura familiar camponesa das áreas de acampamentos e assentamentos de Trabalhadores/as Rurais Sem Terra.
Ao longo dos três dias do festival, 30 toneladas de alimentos foram comercializadas, desde alimentos in natura, de confecções artesanais até os beneficiados nas agroindústrias, vindos de 9 estados distintos, entre eles: São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Ceará.
Entre as principais cadeias produtivas expostas, mais de 500 produtos distintos foram comercializados diretamente das famílias produtoras para o público da feira que integrou o festival, Com alimentos saudáveis baseadas na cultura de grãos do arroz, feijões, cafés, milho, leguminosas, hortifrutis, além de derivados da cana e de laticínios.
Durante a feira houve o lançamento do café Terra Justa, vindo diretamente do assentamento agroecológico Jaci Rocha, no extremo sul baiano.
Produtos de expressão regional do nordeste como a Cajuína fizeram sucesso na feira, assim como os salames e linguiças artesanais do Rio Grande do Sul e Paraná, entre muitas outras delícias e quitutes caipiras.
Durante a feira houve a exposição de uma imensa variedade de produtos derivados do leite, com diversos queijos, cremes, manteigas, doces e bebidas lácteas vindas de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Molhos, geléias e conservas de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Uma variedade de açúcares, melaços, cachaças, licores de São Paulo e Minas Gerais. Feijões carioca e preto de Santa Catarina e São Paulo.
Além, claro, do famoso arroz orgânico do MST vindo diretamente do Rio Grande do Sul. Até chocolates especiais de cacau agroecológico da Bahia, marcaram presença ao longo do festival.
Muito além do que um produto
Josiane Santos do Setor de Produção do MST é umas das coordenadoras do festival, conta que a mesma a feira tem um sentido de retomada dos processos de comercialização e de divulgação dos produtos da Reforma Agrária, uma vez que a última edição foi feita em 2018, no Parque da Água Branca – onde ficou tradicionalmente conhecida na capital paulista.
“Nós ficamos um período de quatro anos sem fazer atividades de comercialização. Muito em função das questões políticas, mas também da Covid-19. Então, esse festival tem o sentido de criar um clima, criar corpo e nos botar a organizar a nossa base e a fortalecer os canais de comercialização, em preparação a realização da grande Feira Nacional da Reforma Agrária que ocorrerá no próximo ano, em 2023”- conta Josiane, anunciando que há uma grande expectativa com relação a este festival em escala nacional, como era feito antes.
A coordenadora explica que o objetivo da feira e do festival em si, para além de ser o espaço de diálogo com a sociedade e de divulgação, principalmente da reforma agrária, também é fomentar um processo de conscientização do que se consome.
“Ele [consumidor] passa a olhar para o produto não como um produto de mercado, o que ele está consumindo e que ele pega em qualquer gôndola. Tem um processo social, tem um desenvolvimento econômico por trás de cada embalagem, de cada produto que ele vai consumir no dia a dia dele. E é prazeroso conhecer de fato quem é que produz isso. A feira tem esse objetivo, então, de conscientizar, de trazer, de agregar, mas também de comunicar, de fazer propaganda, de convergir.” – assinala Santos.
*Editado por Fernanda Alcântara