Educação do Campo

Escola do MST lança material inédito de apoio à Educação Popular em Agroecologia

Obra coletiva, ricamente ilustrada, está sendo disponibilizada gratuitamente
Arte: Acervo MST

Do IHU

A Escola Milton Santos de Agroecologia, do Movimento Sem Terra, acaba de lançar o “Caderno da Ação Pedagógica – Viver é Lutar! Construir Reforma Agrária Popular!”, de autoria coletiva de educandos e educadores do Curso Técnico em Agroecologia da Escola. Disponibilizado gratuitamente em meio eletrônico, visa apoiar a Educação Popular em Agroecologia, um dos objetivos estratégicos do MST e elemento central de seu Programa de Reforma Agrária Popular.

A obra é o desdobramento de um trabalho de base em agroecologia realizado em um assentamento do noroeste do Paraná. A primeira parte do caderno detalha o método de trabalho de base proposto, de orientação freireana, nominado de “Diálogo de Saberes no Encontro de Culturas”. Também apresenta brevemente o processo de elaboração do caderno e traz algumas sugestões para sua utilização em “círculos de cultura”. A segunda parte consiste na Ação Pedagógica propriamente dita, contendo 44 “diálogos” que compõem uma história fictícia, elaborada com base nas “falas e práticas significativas” identificadas na realidade pesquisada. Cada “diálogo” apresenta um texto curto e direto, com questões problematizadoras, e imagem diretamente relacionada. Este formato foi inspirado em uma cartilha de alfabetização destinada aos camponeses, produzida pelo Movimento de Educação de Base-MEB em 1963.

Os textos e desenhos abordam a Agroecologia de maneira integrada à luta pela terra, à organização coletiva, à cooperação, à questão de gênero e geração e à Soberania Alimentar. São 44 belíssimos desenhos originais, especialmente produzidos para o caderno por quatro artistas populares. Os personagens e situações apresentadas nos textos e nos desenhos permitem que os camponeses e camponesas se identifiquem e se ponham a problematizar sua própria realidade imediata, cuja compreensão podem, assim, alterar, modificar, ampliar e criticizar. Os educadores populares são orientados a estimular conexões com o contexto mais amplo e a provocar os grupos a formularem sugestões de uma ação coletiva para a superação das dificuldades identificadas, num permanente processo de ação-reflexão-ação.

Com essa publicação, os autores esperam “contribuir na organização da produção da existência camponesa em cooperação, em bases agroecológicas e na apreensão consciente da dimensão ecológica da vida como uma dimensão fundamental da emancipação humana”.

O caderno pode ser baixado no site da Escola Milton Santos, onde também é possível conhecer um pouco mais sobre a escola e acessar outros materiais.