Educação

Matrícula de educandos (as) para a Jornada de Alfabetização “Sim, Eu Posso!” em Maricá

A Jornada de Alfabetização “Sim, Eu Posso! ” em Maricá realiza matrículas de pessoas em situação de analfabetismo
Fotos: Jornada Sim, Eu Posso! Maricá – RJ

Por Comunicação Sim, Eu Posso! Maricá – RJ
Da Página do MST

Ao longo de dois meses, os 180 educadores (as) junto a 28 Coordenadores de Turma da Jornada de Alfabetização “Sim, Eu Posso! ” se mobilizaram pelas ruas da cidade de Maricá, na busca ativa de pessoas que ainda não sabem ler e escrever.

Neste processo, os educadores (as) adentraram à cidade realizando visitas domiciliares, de porta em porta, conversando com a população nas ruas, nas lojas, igrejas, pontos de ônibus entre outros espaços. Fazendo abordagens das pessoas dentro dos territórios, e se aproximando as diversas realidades vivenciadas pela população. 

Os mobilizadores se distribuíram geograficamente, partindo da extensão territorial e a quantidade populacional de Maricá. Se organizando em grupos de sete a oito educadores (as), abrangendo os cinquenta bairros da cidade. 

A partir de planejamentos e avaliações permanentes, a equipe definiu horários para que as mobilizações estivessem ajustadas às características de cada localidade. Por exemplo, existem lugares da cidade onde só foi possível mobilizar pela noite porque é nesse horário que as pessoas retornam de seus locais de trabalho. 

Também em zonas como no distrito de Ponta Negra, onde ao bater nas portas das casas os educadores (as) “conseguiam no máximo duas a três pessoas, o que tornava difícil a realização de matrículas. É um distrito grande, mas com pouca população”, comentou Mayara Chaves, Coordenadora Distrital de Ponta Negra. 

Conforme foram avançando pelos territórios, os educadores (as) encontraram diferentes situações que levaram a repensar a abordagem para não deixar espaços fora de alcance. Assim como o trabalho em cooperação de educadores (as) que, após a mobilização em seus distritos, se deslocaram para apoiar na busca ativa de distritos maiores em território e em quantidade de moradores.

No decorrer destas mobilizações locais, os educadores (as) executaram a ação comunicativa ao levar a jornada até a população e, ao mesmo tempo, propiciaram o diálogo através da escuta de diversas histórias de vida, que até hoje carregam as condições que lhes limitaram acessar ao mundo da leitura e da escrita.

Não basta só matricular, o grande desafio que se enfrenta é justamente fazer com que a jornada possibilite a dignificação desses sujeitos com o acesso à uma educação mais humana”

Segundo Allex Teto, Coordenador Distrital de Inoã, “os educadores batem nas portas, as pessoas lhes convidam a entrar. As pessoas lhes contam realmente a história de vida, do porque não conseguiram aprender a ler e escrever – ou porquê trabalhava, o porque o esposo não deixava, ou porque não teve oportunidade mesmo-, e muitos educadores estão até se sensibilizando com tudo isso”.

Neste sentido, foi se desenvolvendo a dimensão afetiva dentro do processo de busca ativa. E os educadores (as), foram se descobrindo enquanto alfabetizadores, como sujeitos que transmitem e enxergam as pessoas que ainda não sabem ler e escrever “ como seres humanos capazes e com capacidade de aprender”, como afirmava Leonela Relys, criadora do método de alfabetização “Sim, Eu Posso!”.

“Na medida que a gente foi encontrando pessoas interessadas em ser educandos, havia muita comoção. No sentido de eles começarem a falar que era a realização do sonho deles, que era uma oportunidade que abriu a janela do sonho de ler”, afirmou Cristina Weber, Coordenadora Distrital da Sede-Centro de Maricá.

A jornada de alfabetização “Sim, Eu Posso! ” em Maricá, como política pública se propõe libertar a população do analfabetismo. E com isso, possibilitar que sejam superadas dificuldades que até agora limitam à população analfabeta, a participar ativamente como sujeitos de transformação social na cidade, por não saber ler e escrever. 

Revelando que superar o analfabetismo em Maricá é uma prioridade, para que esta parte da população consiga expressar a leitura da realidade através da leitura e da escrita. O desenvolvimento de políticas inclusivas vem sendo pauta de governo na última década, o que se aprofunda na contemporaneidade.

A próxima fase da Jornada de Alfabetização consistirá na organização de turmas com educandos que foram cadastrados, para assim, dar início nas aulas com o método “Sim, Eu Posso!”. As aulas serão em locais o mais próximo possível das moradias dos educandos e em horários que possibilitem a frequência assídua.

Confira as fotos:

*Editado por Fernanda Alcântara