Nota
Nota de Repúdio sobre Diretoria do ITESP
Da Página do MST
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em São Paulo manifesta seu repúdio à arbitrária indicação de Guilherme Piai para a Diretoria Executiva da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP).
Guilherme Piai, que tem interesses ligados ao setor do agronegócio na região do Pontal do Paranapanema, figura política de extrema-direita, é declaradamente contra a Reforma Agrária e um dos principais difamadores dos movimentos sociais de luta pela terra na região, como cotidianamente expressa em suas redes sociais por meio de discursos de ódio contra o MST e suas lutas sociais, assim como, demonstra desprezo aos sujeitos assentados e militantes da Reforma Agrária.
A Fundação ITESP é uma instituição pública cuja função é planejar e executar políticas agrárias do estado de São Paulo e, nesse sentido, tem o compromisso de atender aos interesses e necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras do campo. As ações do ITESP devem ser pautadas pelo resgate da cidadania, uso sustentável e preservação dos recursos naturais, assim como pelo desenvolvimento social e econômico da região do Pontal do Paranapanema, efetivando condições concretas para a arrecadação de terras públicas para a Reforma Agrária e atuando na prestação de assistência técnica qualificada para os milhares de famílias assentadas da região.
Dada sua função pública e social, defendemos que a direção do ITESP deve ser conduzida por gestor qualificado que conhece as condições reais de vida das famílias Sem Terra e assentadas da Reforma Agrária de São Paulo, qualificações que não pertencem a Guilherme Piai.
O MST, ao lado das famílias de assentados e militantes da luta pela terra, continuará resoluto em posição de vigilância e, se necessário, de embate ao Governo Paulista, na defesa enfática do papel social da Fundação ITESP, para que nenhuma família paulista fique sem terra para viver, trabalhar, produzir alimentos saudáveis e educar seus filhos em paz.
É notório salientar que continuaremos questionando e combatendo a Lei estadual 17.557/2022, pautando a ilegalidade e imoralidade que a burguesia agrária paulista tem utilizado para tentar entregar mais de 1 milhão de hectares de terras devolutas nas mãos de latifundiários grileiros, dos quais, 500 mil hectares estão concentrados no Pontal do Paranapanema/SP.
Não permitiremos que nenhum palmo de terra seja entrega para grileiros, enquanto nossas famílias passam fome nas periferias urbanas e nas ocupações de terra!!!
Continuaremos vigilantes e reafirmamos a nossa disposição na luta para a conquista das terras devolutas do Estado de São Paulo!
Terra Devoluta é Terra de Quem Luta!
Teodoro Sampaio, 4 de fevereiro de 2023.