Reforma Agrária Popular
Sob ameaça de repressão policial, famílias Sem Terra permanecem em resistência
Por Coletivo de Comunicação do MST-BA
Da Página do MST
Na tarde desta terça-feira (07), a Juíza da 1° Vara dos Feitos de Relação de Consumo, Cível e Comercial da Comarca de Santa Cruz Cabrália/BA, regional extremo sul, deferiu liminar de reintegração de posse pedido pelo município contra as 200 famílias Sem Terra que ocupam o prédio da prefeitura.
As famílias Sem Terra ocupam o local desde a manhã de segunda-feira (06), com objetivo de sensibilizar o prefeito para atender as pautas das famílias assentadas e acampadas do município, que vem sofrendo com a falta de atendimento às áreas. O município de Santa Cruz Cabrália, na Bahia, possui dois assentamentos e um pré-assentamento, onde moram cerca de 250 famílias. São quase 700 pessoas que residem hoje em áreas da reforma agrária.
As principais pautas são relacionadas ao acesso e manutenção das estradas que impossibilita a circulação dos estudantes e comercialização da produção; construção de pontes para acesso às áreas; melhoria nas condições de saúde, com atendimento médico e manutenção do posto de saúde; Iluminação nas áreas coletivas, escola e estrada; manutenção das escolas do campo; condições para a produção da agricultura familiar, assim como outras.
Em vários momentos o prefeito Agnelo Santos (PSD) recebeu os representantes das comunidades, fez promessas, mas não as realizou e isso tem tido impacto direto na vida desses camponeses e camponesas que estão sofrendo com essas necessidades e, inclusive, com trechos intransitáveis dentro dos próprios assentamentos. São demandas simples, que há muito poderiam ter sido resolvidas, mas que fazem imensa diferença na vida dos trabalhadores que elegeram essa gestão e estão lutando por seus direitos e recebendo ordem de despejo, além de multa.
Outras retaliações estão sendo feitas, como a suspensão dos serviços de saúde, ordenado pela Secretaria de Saúde do município. Com essa atitude do prefeito, se reafirma o descaso com as famílias, que ocupam a prefeitura para reafirmar a injustiça por parte do poder público e dizem que não irão sair enquanto não forem recebidas pelo prefeito de Santa Cruz de Cabrália/BA.
*Editado por Fernanda Alcântara