Reunião com campo unitário debate o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural

Da Página do MST

“Só existem mudanças se tiver organização”.

Esta semana, a Juventude do Campo Unitário esteve presente em Brasília para debater e mostrar os desafios da juventude para o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural, iniciativa do governo federal para promover o desenvolvimento sustentável e a inclusão produtiva dos jovens rurais.

A reunião começou com uma análise de conjuntura política, feita por Francisco Schiavon, também conhecido como Chicão do MST, que falou sobre o golpe político-parlamentar de 2016 contra a ex-presidente Dilma e a classe trabalhadora brasileira, que resultou na retirada de direitos.

Chicão também ressaltou a diminuição do Estado e o resultado da agenda neoliberal em conjunto com a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro, que levou o Brasil a um profundo desmonte do Estado brasileiro e aumento da fome, resultando em 33 milhões de pessoas passando fome, no genocídio contra os povos Yanomamis e mais de 700 mil mortes pela Covid-19. 

Após a análise, a eleição de 2022 foi apresentada com vitória de uma frente ampla contra o neofascismo, trazendo mudanças na correlação de forças. Dentre as demandas, a Juventude do Campo trouxe a necessidade de aumentar o investimento social para reerguer a economia e estruturar o Estado brasileiro; além da importância de colocar na centralidade a defesa da democracia para derrotar o Bolsonarismo nas ruas e travar a batalha das ideias.

Outro ponto levado como emergencial para sair da crise e combater a fome foi o fortalecimento da agricultura familiar camponesa, a partir da produção de alimentos saudáveis e de medidas como assentar as famílias que estão em acampamentos; Crédito Emergencial; Desenvolvimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Políticas Públicas; e a construção de moradias populares.

Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural

O Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural tem como objetivos fortalecer a educação e a formação profissional dos jovens rurais; ampliar o acesso ao crédito, à assistência técnica e à inovação tecnológica; estimular a participação social e política dos jovens rurais; e incentivar a sucessão familiar e a permanência dos jovens no campo. Ele foi consequência de um grande processo de articulação da juventude do Campo, das Águas e das Florestas, e pesquisadores, ainda com o Governo Dilma.

“Chegamos ao entendimento da necessidade de atualizar o Plano e de dar a ele a caracterização e os desafios da juventude do Campo das Águas e das Florestas em 2023. Entendemos que existem eixos centrais: como a questão ambiental, educação, cultura, comunicação, terra e a produção de alimentos saudáveis”, afirmou Paulo Romário, da Pastoral da Juventude Rural (PJR).

Para contribuir na relação ao Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural e o campo unitário, estiveram presentes Raquel Rizzi e o Leonardo Taveira, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), além de Luiza Dulci, atualmente da Secretaria Geral da Presidência, todos foram responsáveis por construir o Plano entre 2015 e 2016. Estiveram presentes também Ronald Sorriso e Bruna Paola, da coordenação geral de articulação social das juventude.

Outros encaminhamentos tirados na reunião implicam na criação de um Grupo de Trabalho Interministerial para o Plano, entendendo a necessidade da sociedade civil estar presente no GTI a ser lançado em abril; A construção de uma agenda da juventude do Campo Unitário com os ministros Márcio Macedo (Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República) e Paulo Teixeira (MDA). Foi também discutido a proposta de lançar o plano atualizado em agosto, na semana da juventude; e a participação da juventude do Campo Unitário no Conjuve, como membros e tendo um comitê permanente. 

“Por fim, também encaminhamos com Samuel Carvalho, que está responsável pela recriação do Condraf [Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável], a participação da juventude do Campo Unitário como membro e um comitê Permanente da Juventude do Campo Unitário”, completou Paulo Romário.

*Editado por Solange Engelmann