Em evento do MST, parlamentares defendem a reforma agrária e o fim do uso de agrotóxicos

Por Roberta Quintino
Da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Na terça (11), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promoveu um café da manhã para parlamentares e apoiadores da reforma agrária para debater a conjuntura econômica e política do Brasil. Na ocasião, os deputados apontaram os desafios a serem superados no governo Lula, reafirmaram ainda a defesa da reforma agrária, da luta pela produção de alimentos saudáveis e o fim da farra dos agrotóxicos no país.

Pela direção nacional do MST, João Paulo Rodrigues disse que para resolver os problemas da produção de alimentos saudáveis e da preservação do meio ambiente, o caminho é a reforma agrária. Ele destacou também a necessidade de ampliação e construção de mecanismos de participação popular no governo federal para que se possa “atender as demandas do conjunto dos movimentos populares”.

O deputado estadual, Adão Pretto Filho (PT-RS) frisou que “todos os deputados que têm relação com a reforma agrária e com a agroecologia”, tem que pautar e apresentar projetos de lei para atuar na luta contra os agrotóxicos.

O parlamentar declamou ainda o poema de Severiano Hermes Telles, Veneno e contra-veneno. “Toneladas de veneno em nosso Brasil é jogado, boa parte desse produto chega aqui contrabandeado. Pessoas morrem de câncer em um hospital lotado, até o leite materno vai pro filho envenenado. O agrotóxico é coisa séria e ele nunca vem sozinho. O avião de um fazendeiro, quando ele voa baixinho, 30 por cento cai na lavoura, o resto vai pros vizinho. Chega nas crianças da escola, mata abelha e passarinho (…) Quem produz com agrotóxico nunca come o que planta. Queremos produtos orgânicos no café, no almoço e na janta”.

No encontro, a deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) ressaltou que o debate dos agrotóxicos é internacional. Ela lembrou que a Alemanha e outros países, que estão banindo o uso de venenos agrícolas em seus territórios, são os maiores responsáveis pela produção e comercialização de agrotóxicos utilizados no Brasil. “Plantar sem veneno significa a solução número um para a crise climática”, destacou.

Para o deputado federal João Daniel (PT-SE) é preciso construir uma articulação entre os Ministérios da Agricultura, da Saúde e Relações Institucionais, para discutir uma posição do governo de como diminuir e ter o controle sobre o uso e registros de venenos agrícolas no Brasil. “Essa força do agronegócio e dos agrotóxicos é muito pesada”.

Pela coordenação da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Juliana Acosta, criticou a política de liberação de agrotóxicos no governo anterior e pontuou que “agora é o momento para avançar e consolidar o Pronara – Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos”.