Jornada de Lutas pela reforma agrária em Santa Catarina

A Jornada aconteceu em Florianópolis e Chapecó tomou materialidade através de reivindicações, plantio de árvores, doação de alimentos e comemoração festiva.

Por: Coletivo de Comunicação MST/SC
Da: pagina do mst

O marco da Jornada de Luta em Defesa da Reforma Agrária aconteceu no dia 17 de abril, em Florianópolis, quando mais de 100 Sem terras ocuparam o INCRA para recepcionar e entregar ao novo superintendente do Incra/SC, Dirceu Dresch, a pauta da Reforma Agrária em SC. A demanda tem dois pontos principais: assentar as famílias acampadas, para que as mesmas tenham seu direito à terra garantido, e para além garantir condições para que as famílias assentadas possam viver e produzir alimentos saudáveis no campo. No Incra, também participaram com a gente representações quilombolas, do quilombo Vidal Martins e da Invernada dos Negros.

Vilson Santin dirigente do MST/SC afirma: “ É uma jornada histórica, é a primeira jornada após a eleição do governo popular, primeira jornada após a queda dos nossos inimigos”. A nível nacional o MST reivindica o assentamento imediato das 65 mil famílias acampadas, sendo 200 destas em Santa Catarina. Busca-se a retomada das políticas públicas, valorizando e promovendo incentivo às mulheres e a permanência do jovem no campo, proporcionando condições e melhoria de vida no campo.

Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária

Na parte da tarde esteve acontecendo a 10ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA), que aconteceu no Auditório Antonieta de Barros na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. A mesa promoveu o debate a respeito da necessidade do avanço da reforma agrária, o que envolve assentar as famílias acampadas e consolidar políticas de defesa da natureza e à produção de alimentos saudáveis no estado.  E demarcou a comemoração dos 25 anos do Programa Nacional de Educação em áreas da Reforma Agrária (Pronera). A programação da Jornada continua com atividades entre os dias 02 a 05 de maio em Florianópolis, e conta com debates, feiras, atividades culturais e educativas, mutirões de plantios diversos, entre outras ações.

POR NOSSOS MORTOS NENHUM MINUTO DE SILÊNCIO, MAS TODA UMA VIDA DE LUTA!

Nesta terça-feira (18), a memória dos mortos de El Dorado dos Carajás é revivida por meio do Plantio de mais de 500 Árvores em Florianópolis/SC. Trata-se de uma área pública, que a prefeitura já tentou direcionar para a especulação imobiliária, e que o grupo Pomar dos Ciclistas, junto com a população local defendem que se mantenha pública. Esta área de aterro é resultado da duplicação da Via Expressa Sul, que fica entre a rodovia e a Baía Sul. As árvores foram doadas pela Apremavi e selecionadas por técnicos de acordo com o solo e o ecossistema da capital.

MASSACRE NUNCA MAIS!

SOLIDARIEDADE SEM TERRA

Durante a Jornada de Luta, a solidariedade Sem Terra entrou em ação, fazendo a doação de mais de 4 toneladas de alimentos para cozinhas solidárias, bairros carentes e aos povos indígenas e quilombolas. Alimentos oriundos da produção dos acampamentos e assentamentos do estado. 

A LUTA TAMBÉM SE FAZ COM FESTA

No dia 16 de abril, no município de Chapecó, cerca de 400 pessoas participaram da festa de comemoração dos 21 anos da ocupação do hoje Assentamento Dom José Gomes. Retomou-se a memória dos mortos do massacre de Carajás, cantou-se as conquistas da luta das famílias assentadas e comemorou-se com um almoço camponês bem variado. Durante a festa realizou-se também uma feira com produtos da reforma agrária, da agricultura familiar, dos povos indígenas. Participaram da atividade muitas entidades do campo e da cidade, o deputado federal Pedro Uczai, o representante do MDA em SC José Fritsch, diversos artistas e o povo Kaigang da aldeia Kondá.

Em luta “contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente”

*editado por João Vitor