Monte seu almoço com 6 produtos da 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária

Por Diógenes Rabello e Jade Azevedo
Da Página do MST

De 11 a 14 de maio, confira 6 produtos que você encontra para montar seu almoço, durante 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, no parque Água Branca, em São Paulo.

1. Arroz Agroecológico Terra Livre

O arroz é um dos alimentos mais básicos da cultura alimentar brasileira e fundamental para montar o principal prato dos brasileiros. O alimento pode ser adquirido direto dos produtores, durante a Feira. A maior produção de arroz orgânico da América Latina é organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Rio Grande do Sul há mais de duas décadas. A produção é desenvolvida em 22 assentamentos, localizados em nove municípios do estado, envolvendo mais de 350 famílias assentadas e 7 cooperativas da Reforma Agrária, que formam um Grupo Gestor para organizar toda essa cadeia produtiva.

Na safra de 2022/2023 foram plantados 3,2 mil hectares com uma colheita de mais de 16 toneladas. Disputar o mercado oferecendo um produto agroecológico oriundo diretamente da Reforma Agrária Popular fez com que o MST se coloque na contramão das grandes empresas do agronegócio e demonstra o compromisso que tem com a Soberania Alimentar.

2. Feijão Campo Vivo

Quem não gosta daquele cheirinho de feijão novo cozido enchendo a casa na hora do almoço? O famoso casal arroz com feijão, alimentação principal de muitos brasileiros. No Brasil são 13 tipos diferentes de feijão. Os mais tradicionais são o feijão carioca, preto, branco, fradinho, vermelho, rajado, cavalo, e outros. Cada um deles faz parte da alimentação de alguma região brasileira e são ingredientes de muitos pratos por aqui. Na Feira Nacional você vai encontrar alguns deles que são produzidos pelas famílias da Reforma Agrária.

No Paraná, produzido pelo Assentamento Eli Vive, região Norte do estado, você encontra o feijão preto e carioca cultivado pela 501 famílias, tratados e embalados pela Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista (Copacon), que produz mais de 570 toneladas de feijão orgânico por ano. Na feira você vai encontrar eles com marca Campo Vivo, cooperativa de comercialização dos produtos da Reforma Agrária Popular. 

No Sudoeste de São Paulo, no assentamento Pirituba, no município de Itaberá, usa-se bioinsumos para promover o equilíbrio e combater insetos, ácaros e fungos na produção de feijão orgânico que você vai encontrar pela Cooperativa da Terra, que desde os anos 2000 organiza a cadeia produtiva dos grãos orgânicos, quem também tem avançado bastante na produção de milho. 

Na Chapada Diamantina (BA) o feijão produzido pelas famílias camponesas é distribuído por 35 associações e uma cooperativa que produz cerca de 360 toneladas de feijão orgânico que atendem o PNAE, PAA, CEASA e comércios locais. 

3. Macarrão caseiro do coletivo de mulheres de Cascavel

Para quem quer fugir um pouco do tradicional arroz com feijão e preparar aquela macarronada com molho de tomate ou até mesmo para incrementar o clássico da semana com o macarrão, na Feira Nacional vai encontrar massas caseiras produzidas pela Associação de Mulheres do Acampamento Valmir Mota, em Cascavel (PR), da Cooperativa de Produção e Comercialização da Reforma Agrária e Agricultura Familiar (COPCRAF), que organiza desde 2016 a comercialização dos produtos das famílias da região Oeste do Paraná.

Para acompanhar a massa caseira, o extrato de tomate Terra Livre, marca da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (COOTAP), a maior produtora de arroz orgânico da América Latina. Todos seus produtos são agroecológicos, frutos da luta pela Terra e pela Reforma Agrária, produzidos sem monoculturas, defendendo a autossuficiência da Agricultura Familiar e o direito à alimentação saudável.

4. Verduras e legumes da Cooperativa Terra e Liberdade

Uma refeição completa com verduras e legumes fresquinhos para montar o seu prato? Temos! E está mais perto da cidade de São Paulo do que você imagina. A Cooperativa Terra e Liberdade é organizada pelo MST na Grande São Paulo e envolve famílias que estão há 20 anos lutando pela terra nessa região mais próxima à capital. Estão envolvidas na cooperativa as famílias da Comuna da Terra Irmã Alberta, de São Paulo, Assentamento Dom Tomás Balduíno, de Franco da Rocha, e Assentamento Dom Pedro Casaldáliga, da Cajamar.

A produção de verduras e legumes, que são feitas na perspectiva da agroecologia e, além de encontrar toda essa produção na 4ª Feira Nacional, as pessoas que moram em São Paulo podem encomendar Cestas Agroecológicas vendidas pela Terra e Liberdade. As entregas são feitas a cada duas semanas nos bairros: Centro, Bom Retiro, Vila Buarque, Consolação, Jardins, Liberdade, Pinheiros, Lapa, Perdizes, Butantã, Jaguaré e Vila Leopoldina. Para quem mora fora desses bairros há a opção de retirada em alguns pontos parceiros, como Casa do Povo (Bom Retiro), Sol y Sombra (Bela Vista), Hera Veggie (Consolação), Espaço Curarte (Lapa), Tofu com Alecrim (Perdizes) e Jaca-Bôah (Santa Cecília). 

As encomendas são feitas pelo site https://terraeliberdade.com/, em que há também outras opções de acesso aos alimentos agroecológicos, como feiras livres e lojas da Reforma Agrária.

5. Suco: Monte Veneto

O suco de uva orgânico produzido pelas famílias de agricultores familiares da Cooperativa de Sucos Monte Vêneto, de Cotiporã, na Serra Gaúcha, ganhou destaque após as denúncias de trabalho escravo das empresas do agronegócio da produção de sucos e vinhos. O MST responde aos crimes do agronegócio com a produção de alimentos saudáveis e produzidos com relações humanas e de trabalho justas, que é o papel da Reforma Agrária Popular na sociedade.

A Cooperativa foi fundada em 2007 e se dedica na produção de suco de uva tinto integral, chegando a produzir 4,5 milhões de litros de suco por ano. Além da uva, ainda oferece aos consumidores outras variedades,como tangerina com manga e maçã, goiaba com maçã, maçã com uva, manga com maçã e maçã.

Os produtos são oferecidos no mercado convencional e varejo em vários estados e nas lojas da Reforma Agrária de todo o Brasil. Em alguns estados eles também são fornecidos nas escolas através do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE), levando alimentação saudável para crianças estudantes do ensino básico.

6. Sobremesa: Doces Terra Viva

Para um almoço completo, não pode faltar a sobremesa. E na Feira Nacional você encontrará variedades de doces Terra Viva, produzidos por famílias Sem Terra de Santa Catarina, desde 1996.

Com uma larga experiência na produção de laticínios, a marca é vinculada à Cooperoeste, cooperativa que trabalha na organização e geração de renda para cerca de 10 mil famílias assentadas do estado de Santa Catarina. 

A cadeia produtiva do leite é uma das que o MST tem se dedicado a organizar a partir do trabalho da sua base social, visto que, muitas famílias têm a pecuária leiteira como a principal fonte de renda em vários estados brasileiros, sobretudo na porção centro-sul do país.

Culinárias da Terra

Mas, se você vai optar por fazer uma boa refeição durante a 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, também encontra uma grande diversidade de pratos típicos de vários estados brasileiros. Todos preparados com alimentos oriundos da Reforma Agrária Popular, a partir de experiências agroecológicas já consolidadas ou em processo de transição.

São 95 pratos típicos brasileiros que fazem parte do cardápio do Culinárias da Terra e representam todas as regiões brasileiras. Tem opções para veganos também! Na cozinha de São Paulo, por exemplo, você encontrará o lombo de jaca, na do Ceará tem a carne de caju, que vem do Assentamento Zé Lourenço, no município de Chorozinho. Na cozinha do Paraná, você encontra polenta com molho de legumes e arroz com legumes e amendoim. 

As opções com carnes também são muitas e trazem a regionalidade de cada estado brasileiro. Do arroz com lula à arroz de cuxá com camarão, galinhada, feijoada, feijão tropeiro, entre outros pratos incríveis produzidos com alimentos da Reforma Agrária Popular e que enaltecem a soberania alimentar de cada região brasileira.

*Editado por Solange Engelmann