Nota de Repúdio
MST na Bahia repudia ataques de ruralistas em Itapetinga
Da Página do MST
O MST, por meio desta nota, repudia com veemência os ataques feitos pelos organizadores da 51ª Exposição Agropecuária do município de Itapetinga/BA, através da exposição de faixas com conteúdos discriminatórios e preconceituosos que banalizam e incitam a violência contra os trabalhadores/as do campo, na tentativa vil de deslegitimar a luta do Movimento Sem Terra, expostas no evento.
O evento que ocorre no município de Itapetinga/BA, na região do sudoeste baiano, teve seu início no dia 12/05, com programação que vai até o próximo domingo (21). A Exposição Agropecuária de Itapetinga é realizada pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Itapetinga, com apoio da Prefeitura Municipal, e de órgãos como o Senar, Faeb, governo federal, Governo da Bahia, Instituto Federal Baiano, entre outros.
A Direção Nacional do MST repudia e denuncia a utilização de recursos públicos em eventos cujo objetivo e práticas são a incitação à violência, utilização dos artifícios de fake news e discriminação dos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra.
O município de Itapetinga/BA está localizado numa das regiões da Bahia com grande concentração fundiária, muitas com práticas de trabalho escravo, e palco de diversos conflitos agrários. Portanto, o agronegócio e os latifundiários buscam como estratégia deslegitimar a luta das organizações do campo pela Reforma Agrária, como cortina de fumaça omitir as reais mazelas da região: como o crescente desmatamento causado pelos latifúndios para criação de gados, grilagem de terra, violência no campo, uso de mão de obra análoga à escravidão, destruição e contaminação dos bens naturais pelo uso de agrotóxicos utilizados nas lavouras e na agropecuária, que acabam chegando na casa da população baiana.
Temas que deveriam ser expostos no evento
O MST, que caminha rumo aos seus 40 anos, levanta a bandeira histórica de combate à concentração de terras, à sonegação de impostos e a transformação da terra em mercadoria, os principais causadores das desigualdades e flagelos sociais que assolam as famílias camponesas no Brasil.
Defendemos o cumprimento da Constituição Federal de 1988 na sua integralidade, inclusive no que diz respeito ao cumprimento da função social da propriedade. Tal princípio atende a critérios produtivos, ambientais e trabalhistas e devem ser combinados. As famílias Sem Terra acampadas realizam a luta digna por terra, teto e trabalho, direitos assegurados na Constituição.
Seguiremos em luta pela Reforma Agrária e pela transformação social na Bahia e no Brasil!
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST