Notícias Falsas

CPI do MST: o que já checamos sobre o movimento social

Confira reportagem do portal UOL , a partir do O UOL Confere, sobre as checagens publicadas este ano sobre o movimento
Na foto, manifestação do MST em Brasília em fevereiro de 2014. Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução de foto de Sérgio Lima/Folhapress

Por Isabela Aleixo
Do UOL

No centro de uma investigação em uma Comissão Parlamentar de Inquérito, o MST (Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra) é alvo de diversas publicações desinformativas.

UOL Confere reuniu as checagens publicadas este ano sobre o movimento. Veja abaixo.

O que é a CPI

A investigação instalada na Câmara dos Deputados tem como objetivo apurar invasões de terra e fontes de financiamento do MST;

Governistas afirmam que a CPI não tem um “objeto”, e oposição chama o MST de “terroristas”;

Confira as checagens:

Não há evidências que uma caminhonete com munições que se envolveu em um acidente na BR-226, no trecho de Barra do Corda (MA), seja do MST, como afirma mensagem que circula pelo Whatsapp. As polícias Civil e Rodoviária informaram não haver indícios de que o grupo tenha relação com o caso (leia a checagem aqui);

Líder do MST não tem fazendas no Paraguai. É falso que uma força-tarefa da Polícia Federal tenha confiscado no Paraguai três fazendas de “um líder do MST, braço direito de Lula”. Mensagem falsa circula desde 2019 (leia a checagem aqui);

Arroz produzido pelo MST não tem agrotóxico. Corrente falsa de WhatsApp mente ao afirmar que análises de laboratório da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) teriam atestado contaminação por agrotóxicos no arroz orgânico da marca Terra Livre Agroecológica, produzido pelo MST. A própria universidade desmentiu (veja aqui) o boato (leia a checagem aqui);

MST não encenou “fakes de agressão policial”, mas massacre de Eldorado do Carajás. Uma encenação do massacre em que 19 trabalhadores rurais foram mortos por policiais foi usada fora de contexto para afirmar que o MST estaria forjando agressões policiais. A encenação fazia parte de uma homenagem às vítimas, mortas há 27 anos (leia a checagem);

Homem que quebrou o relógio de D. João VI durante atos golpistas do 8 de janeiro não era do MST. O homem flagrado por câmeras arremessando ao chão um relógio trazido ao país em 1808 por Dom João VI não é um militante do MST do Paraná. Ele foi identificado como Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos (veja aqui) e foi detido em Uberlândia (MG) por agentes da Polícia Federal de Goiás (leia a checagem);

MST não bloqueou águas da transposição do Rio São Francisco. Um vídeo em que trabalhadores rurais do Projeto de Irrigação Fulgêncio bloqueiam o canal de aproximação do rio São Francisco, em Pernambuco, para fazer uma limpeza foi usado para afirmar falsamente que o MST estaria bloqueando as águas da transposição. Trabalhadores rurais mostrados no vídeo não tinham relação com o MST (leia a checagem);

Vídeo não mostra agricultor argentino jogando fezes em membros do MST. Gravação usada em post desinformativo foi feita no Reino Unido em 2016, quando ativistas de uma ONG protestavam contra a exploração de gás de xisto na Inglaterra (leia a checagem);

Imóvel em Higienópolis não foi ocupado pelo MST, mas por outro movimento. É enganosa publicação do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) que associa notícia sobre a ocupação de um imóvel no bairro de Higienópolis, em São Paulo, ao parlamentar Guilherme Boulos (PSOL-SP), ao MST e ao governo Lula (PT). O imóvel sobre o qual trata a reportagem, de propriedade da União, foi ocupado por pessoas ligadas à Frente de Luta por Moradia, não pelo MST. O governo federal nega a acusação de anuência feita por Salles e afirma que já encaminhou, inclusive, pedido de reintegração de posse (leia a checagem do Comprova).

Matança de bois na Bahia não tem relação com MST. Vídeo com imagens de bois mortos em curral foi tirado de contexto ao ser publicado com legenda que associa o esquartejamento dos animais ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O crime foi cometido por uma quadrilha que tentou roubar a carne do gado, mas não conseguiu porque o veículo em que estava atolou, como mostrou reportagem do programa “Bahia no Ar”, da RecordTV Itapoan (leia a checagem do Comprova).