Mulheres Sem Terra

Oficina de Arpilleras do MST: tecendo a liberdade na IV Feira Nacional

A Rede de Combate à Violência Doméstica do MST/SP (RCVD) marcou presença na IV Feira Nacional, com a construção coletiva de uma arpillera, técnica têxtil popular de origem chilena e segue em exposição na ENFF
Oficina de Arpillera na IV Feira Nacional da Reforma Agrária. Foto: Iara Milreu

Por Marília Fonseca e Iara Milreu
Da Página do MST

Ao longo dos dias 11 a 14 de Maio, a Rede, que promove formação e saúde mental à militância, esteve tecendo coletivamente uma arpillera, com mulheres, homens e crianças que visitaram a IV Feira Nacional da Reforma Agrária em conjunto com as mulheres Sem Terra, psicólogas e oficineiras.

A companheirada do campo e da cidade se encontraram e bordaram uma grande arpillera coletiva, a partir das temáticas: Comer é um ato revolucionário; Lutar, construir a Reforma Agrária Popular; e Se o campo não planta a cidade não janta; com muitas trocas de conhecimento e de afetos. Confira:

Arpillera da IV Feira Nacional da Reforma Agrária em São Paulo/SP. Foto: Comunicação RCVD

A oficina, aberta ao público com mediação da frente de saúde mental e da comunicação da Rede, contou com a presença de dezenas de pessoas que bordaram juntas a grande arpillera que agora se encontra com o setor de saúde do Movimento Sem Terra.

Diversas trocas, diálogos, encontros e mãos fortaleceram o ser coletivo que é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a luta pela Reforma Agrária Popular, o ser mulher Sem Terra em sua luta, resistência, organização e sonhos. Durante o dia, o cuidado e o afeto foram centrais entre os sujeitos, que cuidaram do corpo com alongamentos, chás, alimento saudável e atendimento integral no setor da saúde, além dos diálogos e trocas realizadas.

Autocuidado na IV Feira Nacional da Reforma Agrária. Foto: Iara Milreu

Para Carolina, psicóloga da Rede, a construção da arpillera na feira foi “uma oportunidade de tecer coletivamente um painel com a reafirmação das lutas e tudo que o movimento sem terra pode produzir como produtos e afetos. estamos também com oportunidades que as arpilleristas que participaram dos processos online possam se conhecer, tecer juntas e vamos deixar pro MST uma arpillera bonita como histórico desses afetos e de tudo que foi construído nos ciclos de arpilleras dentro da Rede de Combate à Violência Doméstica”

Arpillera finalizada. Foto: Comunicação RCVD

Confira o vídeo feito dessa construção na página do MST São Paulo

Exposição Arpilleras: tecendo liberdade  

Os bordados populares elaborados pelas mulheres Sem Terra, durante os 3 anos de Rede, estão atualmente em exposição itinerante e virtual, intitulada “Arpilleras: Tecendo Liberdade” que esteve na Universidade Estadual de Campinas/SP e agora está sendo montada na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) em Guararema/SP e pelo link (arpillerasmst.wordpress.com). 

A exposição conta com arpilleras produzidas pelos ciclos de oficinas realizadas desde agosto de 2020 e traz a possibilidade ampla de conhecimento pela sociedade do trabalho realizado pelas mulheres Sem Terra, sendo fruto de uma construção histórica das mulheres da classe trabalhadora organizadas em luta pela América Latina e pelo mundo através da educação popular e da luta social pela transformação estrutural da sociedade. 

Saiba mais sobre o trabalho da Rede com as arpilleras aqui!

*Editado por Fernanda Alcântara