Política
Bolsonarista terá que pagar salário mínimo a Cozinha Comunitária após difamar ex-candidato na PB
Por Polyanna Gomes
Do Brasil de Fato
Nesta segunda (19), o advogado Olímpio Rocha, em audiência preliminar pela 1ª Vara Criminal de Campina Grande (PB), propôs acordo ao militante bolsonarista Pablo Fernandes – comissionado da Prefeitura de Campina Grande – que o atacou com xingamento durante a eleição de 2022, para que faça retratação pública em sua rede social Instagram, e ainda pague o valor de um salário mínimo ao Centro de Formação Elizabeth e João Pedro Teixeira, ONG que tem organizado cozinhas comunitárias na Paraíba, ligada ao MST do estado.
“É justamente nesse momento, em que o movimento está sendo atacado numa CPI – que não tem razão de ser – que propusemos esse acordo. As cozinhas comunitárias do MST fazem um lindo trabalho no nosso estado, principalmente aqui em Campina e em Lagoa Seca. Ele aceitou o acordo porque é melhor, do ponto de vista jurídico, do que ele ser condenado”, explicou Olímpio Rocha.
Entenda o caso
O motivo do ajuizamento da ficha-crime contra Pablo foram os posts feitos em suas redes sociais onde xingava Olímpio que, na época, era candidato a deputado estadual pelo PSOL. Durante a campanha de 2022, Rocha ajuizou representação eleitoral contra o candidato a reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e também o Diretório Estadual do PL para a retirada de outdoors apócrifos que atacavam com fake news o candidato Lula (PT) e demais partidos e representantes da esquerda na cidade. Olímpio conseguiu a retirada dos outdoors e, por isso, passou a ser alvo de crimes contra a honra e ameaças de morte publicados nas redes dos apoiadores de Bolsonaro.
Essa é uma das primeiras audiências que estão sendo realizadas, mas ainda faltam outras duas, também contra militantes de extrema direita de Campina Grande (PB) que postaram ofensas contra a honra e ameaças de morte ao advogado psolista.
Sobre o acordo
Pablo Fernandes já fez o post com o pedido de desculpas públicas a Olímpio Rocha em suas redes sociais; próxima etapa é o pagamento do salário mínimo ao MST da Paraíba, através da Associação Elizabeth e João Pedro Teixeira, indicada pelo advogado como beneficiária do acordo.
“No que depender de mim, ainda tem, no mínimo, umas cinco queixas para que os bolsonaristas que não quiserem ser condenados façam acordo e paguem um valor em benefício da luta pela terra feita pelo MST. A depender da gravidade da ofensa, o valor que eu vou propor vai aumentando”, afirmou Olímpio Rocha.
Edição: Cida Alves/ Brasil de Fato