Enchentes
MST coloca assentamentos e acampamentos à disposição para acolher famílias atingidas pelas chuvas em Alagoas
Da Página do MST
Com as fortes chuvas que atingem a região Nordeste, o estado de Alagoas registrou nos últimos dias cerca de 10 mil pessoas desabrigadas, além de uma morte, segundo dados da Defesa Civil. Em comunicado à sociedade, o MST reafirma a necessidade da organização popular para um amplo processo de mutirão em solidariedade às famílias atingidas, disponibilizando áreas de acampamentos e assentamentos do estado para acolher as famílias.
“Infelizmente esta não é uma surpresa para os alagoanos, nem para o Poder Público. Ano após ano a história se repete, refletindo o abandono e descompromisso dos governos municipais com a situação das famílias, em especial as que vivem nas periferias urbanas e rurais. Colocamos à disposição os nossos assentamentos e acampamentos que ainda tem possibilidade de acesso para acolher desabrigados e partilharmos aquilo que temos”, sinaliza trecho da nota.
Ainda de acordo com o Movimento, a situação tem se agravado nas comunidades rurais, ameaçando a produção de alimentos, a saúde e a segurança de camponeses e camponesas. “Já são inúmeras as roças com produção de alimentos perdidas pelas fortes chuvas, além do isolamento de comunidades que, sem estradas adequadas, ficam ilhadas pelas chuvas, causando uma série de consequências aos camponeses e camponesas na produção, riscos à saúde e segurança, como é o caso dos assentamentos e acampamentos de Atalaia”.
Confira nota na íntegra:
Nota de repúdio e solidariedade
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Alagoas reafirma a solidariedade aos alagoanos e alagoanas que nos últimos dias têm sofrido com as fortes chuvas que chegam ao estado da capital ao interior. Segundo dados da Defesa Civil Estadual, já são mais de 10 mil pessoas desabrigadas e desalojadas, além de uma morte na cidade de Joaquim Gomes.
Infelizmente esta não é uma surpresa para os alagoanos, nem para o Poder Público. Ano após ano a história se repete, refletindo o abandono e descompromisso dos governos municipais com a situação das famílias, em especial as que vivem nas periferias urbanas e rurais. Até quando precisaremos vivenciar essa situação de pânico no período das chuvas? Essa é a pergunta que segue na garganta daqueles e daquelas que vivenciam de perto a destruição de seus lares e suas histórias.
Reafirmamos nosso compromisso com o povo alagoano e em cobrança aos governos municipais para que verdadeiramente sejam tomadas medidas que pautem o problema e apresentem soluções reais para a mudança desse quadro.
Ressaltamos ainda que as comunidades rurais, povoados, acampamentos e assentamentos seguem também sendo vítimas desse descaso das gestões municipais. Já são inúmeras as roças com produção de alimentos perdidas pelas fortes chuvas, além do isolamento de comunidades que, sem estradas adequadas, ficam ilhadas pelas chuvas, causando uma série de consequências aos camponeses e camponesas na produção, riscos à saúde e segurança, como é o caso dos assentamentos e acampamentos de Atalaia.
Por fim, convocamos a sociedade alagoana para um grande e amplo processo de mutirão junto às famílias atingidas pelas chuvas nesse momento. Que possamos fortalecer ações de solidariedade para que, a partir da organização popular, avancemos na defesa da vida e dos direitos do povo alagoano. Fortalecendo laços e avançando na cobrança dos governantes para que essa história não se repita.
Colocamos à disposição os nossos assentamentos e acampamentos que ainda tem possibilidade de acesso para acolher desabrigados e partilharmos aquilo que temos.
Julho de 2023
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)