Solidariedade
Em Porto Alegre (RS), Fernanda Melchionna e MST promovem ato contra tentativa de criminalização das lutas
Da Página do MST
A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), junto com o MST, realiza um ato político em Porto Alegre para denunciar a perseguição às parlamentares mulheres que enfrentaram o Marco Temporal na Câmara dos Deputados, bem como a tentativa de criminalização dos movimentos sociais com a CPI do MST. A manifestação ocorre no dia 22 de julho, no Armazém do Campo, a partir das 12h.
Tramita no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados um processo de cassação dos mandatos das parlamentares Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Érica Kokay (PT-DF) e Juliana Cardoso (PT-SP). A representação, de autoria do Partido Liberal, foi resultado do enfrentamento das parlamentares que se posicionaram de forma contundente contra o Marco Temporal.
Ao mesmo tempo, também ocorre na Câmara a CPI do MST. Comandada por bolsonaristas, a Comissão é uma tentativa de criminalizar movimentos sociais legítimos e se tornou palanque da extrema direita.
O ato do dia 22 de julho busca unir forças contra estes ataques e mostrar para a população a perseguição machista e misógina que existe na Câmara dos Deputados. Além de demonstrar apoio ao MST, que enfrenta sucessivos ataques da extrema direita por reivindicar o direito de lutar pela Reforma Agrária.
“Sabemos que a extrema direita ataca diretamente as mulheres que lutam por outras mulheres, para tentar frear a força imparável do feminismo, que foi um dos principais obstáculos da consolidação de uma linha autoritária no Brasil, e os movimentos sociais que reivindicam o direito de lutar. Mas não nos intimidarão. É momento de unirmos forças e enfrentarmos com altivez essa perseguição que retrata o conservadorismo, a misoginia e o machismo. Vamos juntos gritar que ‘lutar não é crime’”, destaca Fernanda Melchionna.
Da direção nacional do MST, Salete Carollo afirma que “temos muita clareza que os objetivos políticos da direita com a CPI do MST são de impedir o avanço da reforma agrária, da luta pela terra e derrotar nosso projeto de agricultura popular camponesa para manter a hegemonia do agronegócio e esconder os crimes que este comete. É a CPI da extrema direita do campo que usa o MST como bode expiatório para ofuscar a CPI do 8 de janeiro. Tendo em comum um projeto político popular e a perseguição deste, nos unimos às seis parlamentares ameaçadas de cassação. Precisamos denunciar estes processos de violência de gênero, não só na institucionalidade, mas na sociedade como um todo”.
O ato, que vai contar com apresentações artísticas, presença de políticos, intelectuais e militantes, será realizado em dois momentos: às 12h ocorre um almoço coletivo e às 14h o ato político.
*Editado por Wesley Lima